Antônio iniciou sua carreira musical ainda criança, com apenas 12 anos de idade, quando formou dupla com seu irmão mais velho Augusto Campanha, que era considerado excelente Cantor e Violeiro, na época. Integrou com alguma regularidade a dupla "Campanha e Angelim" e, quando já contava com seus 20 anos, Antônio venceu um concurso de Cantadores na região e integrou também a dupla "Campanha e Paulista". Junto com seu irmão Olívio, Antônio chegou tocar em alguns circos, dentre eles, "Nosso Circo" em São José do Rio Preto-SP. A dupla com Olívio foi formada nessa época, no ano de 1948, ocasião na qual começaram cantando na Rádio PRB-8 de São José do Rio Preto-SP. A nova dupla costumava se apresentar com o nome de "Irmãos Campanha" e também como "Campanha e Seu Irmão". No ano de 1952, Antônio e Olívio seguiram para a Capital Paulista onde fizeram um teste na Rádio Nacional, com o diretor Costa Lima. Foram aprovados e se apresentaram durante vários anos nessa famosa emissora paulistana. Antes disso, os dois irmãos estiveram pertinho de fechar o contrato com a extinta Rádio Tupi, mas acabaram, de última hora, perdendo a vaga para a dupla " Palmeira e Luizinho". Foi por sujestão dos compositores Arlindo Pinto e Anacleto Rosas Jr. que Antônio e Olívio acabaram adotando para a dupla o nome artístico de "Campanha e Cuiabano", apesar de Olívio não ter nascido em Cuiabá-MT. O primeiro disco 78 RPM de Campanha e Cuiabano foi gravado no ano de 1953, com o cururu "Barra Bonita" (Arlindo Pinto - Priminho) e a moda campeira "Pião Vira-Mundo" (Campanha - Benedito Seviero). No ano seguinte, 1954, Campanha e Cuiabano conheceram o acordeonista Célio Cassiano Chagas, o Celinho, de Conceição das Alagoas-MG, que se juntou à dupla e os acompanhou durante alguns anos, porém, somente em apresentações ao vivo, já que o trio "Campanha, Cuiabano e Celinho" não chegou a gravar nenhum disco. A formação do trio aconteceu por sugestão do radialista Nhô Zé que era diretor da programação sertaneja da Rádio Nacional de São Paulo-SP. A partir de 1960, Celinho (foto à cima) passou a acompanhar a dupla Pedro Bento e Zé da Estrada, com quem se apresenta até os dias atuais. Campanha e Cuiabano também foram acompanhados em algumas gravações pelo acordeonista Pirigoso. Foi no ano de 1957, que Campanha e Cuiabano gravaram pela primeira vez a Moda Ligeira "Meu Passarinho" (Campanha - Zé Rosa); sem dúvida, o maior sucesso da dupla. E, no outro lado do mesmo 78 RPM da Copacabana (5.808), a Moda Campeira "Peão De Viagem" (Priminho - Maninho). Também merecem destaque outras belíssimas interpretações de Campanha e Cuiabano tais como "Genuína Cana Verde" (Celinho - Lázaro Franco de Godoy), "Novo Castelo" (Campanha - Pirigoso), "Um Berrante na Solidão" (Ramon Cariz - George AB), "Desprezo de Amor" (Souza - Campanha), "Rolinha Cabocla" (João Pacífico - Raul Torres), "Morrendo de Saudade" (Jane Rossi da Rocha - Cuiabano), "Lá Na Fazenda" (Francisco Lacerda - Ricarda Jardim) e "Rei da Estrada" (Quintino Eliseu - Luiz Alves Pereira), apenas para citar algumas. "Genuína Cana Verde" (Celinho - Lázaro Franco de Godoy) contou com a participação das Primas Miranda, a convite de Campanha e Cuiabano, no Lado A do Disco 78 RPM Odeon N° 14.447, gravado em 19/03/1959 e lançado em Abril de 1959. E "Um Berrante na Solidão" (Ramon Cariz - George AB) contou com a participação especial da belíssima voz de João Pacífico fazendo uma declamação, no Disco 78 RPM lançado em 1961 pela RCA Camden (CAM-1.088). Apesar de terem gravado na Sinter, Copacabana, RCA, Odeon e Chantecler, a discografia de Campanha e Cuiabano encontra-se quase que totalmente esquecida e praticamente inexistente no comércio, excessão apenas ao CD da série "Luar do Sertão" que a BMG (antiga RCA) remasterizou no ano 2000, com belíssimas interpretações bastante representativas da dupla, gravadas entre 1961 e 1963. O encarte do CD também é enriquecido com o comentário de Ayrton Mugnaini Jr. Fora esse CD, encontramos gravações de Campanha e Cuiabano apenas em alguns CD's de coletâneas da BMG e da EMI (com acervo das antigas Odeon e Copacabana). Cuiabano, pouco antes do seu falecimento em 1981, chegou a transferir seu nome artístico ao seu outro irmão João Jaime Campanha (nascido em Palestina-SP em 1943 e falecido em São José do Rio Preto-SP em 1999). Com 83 anos de idade, irradiando uma simpatia fora do comum, Antônio Campanha continua ponteando a Viola Caipira e forma atualmente com seu sobrinho João Campanha a Dupla que continua com o nome "Campanha e Cuiabano"! João Campanha é também Fundador e Regente da Orquestra de Violeiros de São José do Rio Preto-SP. E Antônio Campanha, com o codinome de "O Mestre da Música Sertaneja", apresenta também o programa "No Terreiro Da Fazenda", na Rádio Comunitária Evidência - FM-103,5 MHz - de São José do Rio Preto-SP, de Segunda a Sexta-Feira das 15:00 às 17:00. Na foto abaixo, da esquerda prá direita, Valdemar Reis, João Campanha, Zé do Cedro, Antônio Campanha, Ricardinho e Tião do Pinho, num momento descontraído na residência de Valdemar Reis, em São José do Rio Preto-SP, no dia 18/03/2009 (foto de autoria da Esposa do Ricardinho (a Netinha)). Fonte: www.boamusicaricardinho.com.br
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Campnha e Cuiabano – 78 rpm
Infelizmente, não temos a música “Barra Bonita” do primeiro disco de Campanha e Cuiabano, gravada juntamente com “Pião Vira-Mundo”, esta última também foi a primeira composição de Benedito Seviero a ser gravada.
- Ai Morena (Nhô Zé e Rubens Ferreira Marques) (1960)
- Amor de Mariposa (Souza e Campanha) (1962)
- Arrependimento (Modesto Rezende e Campanha) (1959)
- Briga na Festança (Arlindo Pinto e Zezé Campos) (1956)
- Cante Comigo (Jeca Mineiro e Campanha) (1962)
- Despedindo-te (Carijó e Campanha) (1963)
- Dois Barqueiros (Turino e Arlindo Pinto) (1956)
- Duas Amigas (Sebastião Teixeira e Campanha) (1962)
- Espelho da Vida (Paiozinho e Benedito Seviero) (1960)
- Eu te Agradeço (Baltazar da Silva e Campanha) (1962)
- Fingida (Priminho e Rancheirinho) (1962)
- Genuína Cana-Verde (Lázaro Franco de Godoy e Celinho) (1959)
- Lá no Rio Grande (José da Cunha,Luizinho e Mariano) (1960)
- Meu Passarinho (Zé Rosa e Campanha) (1957)
- Não Sou Culpado (Jeca Mineiro e Campanha) (1960)
- Nem que Tussa (Lázaro Franco de Godoy e Celinho) (1959)
- Nome Manchado (Ramon Cariz e Jorge AB) (1961)
- O Milagre da Fé (Nonô Basílio) (1962)
- O Preço do Pecado (Campanha e Jeca Mineiro) (1961)
- Peão Vira Mundo (Benedito Seviero e Campanha) (1953)
- Pião de Viagem (Priminho e Maninho) (1957)
- Rosa Morena (Benedito Seviero e Celinho) (1959)
- Santa Maria Goretti (Aparecido Costa e Nhô Zé) (1962)
- Senhora Aparecida (Celinho e Roberto Oliveira) (1962)
- Triste Amargurado (Campanha e Quintino Elizeu) (1962)
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