Voltei a inesquecível terra, andando a pisotear banhados e sentindo cheiro de brejo como se fosse a melhor coisa do mundo. Naquele instante me senti de novo um tabaréu e, como um velho matudo do cerrado, acostumado a tudo por aquelas bandas, espiei cada curva do caminho e já as percebi em traçado novo e alargado, pois a velha estradinha para charretes servia agora enormes caminhões. Sentindo-me como uma criança que brinca com uma bexiga que estoura em suas mãos, procurei alguma coisa que me ligasse ao passado e só contemplei um desvão da historia; ali tudo me cheirava a progresso. Por alguns instantes, ouvi o ronco ensurdecedor da destruição e vislumbrei ali o presente incontido e estúpido pedindo passagem para o futuro. Que futuro?
Lázaro Carneiro
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