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Web Rádio "SAUDADE SERTANEJA, transmitindo de Bauru/SP, Sob Direção Geral de Tião Camargo

sexta-feira, 5 de junho de 2009

História da Música Raíz

No dia 26 de julho desse ano de 2009, estaremos comemorando 80 anos da primeira gravação de música caipira feita por artistas verdadeiramente caipiras. A primeira música gravada foi "Jorginho do Sertão" de autoria de Cornélio Pires, gravada pela dupla "Mariano e Caçula" que fazia parte da Turma Cornélio Pires. Não foi Cornélio Pires quem inventou a Música Capira; ela já existia há muito tempo e era cantada, principalmente, nas festas religiosas. Cornélio Pires teve a audácia e a coragem de encarar o grande preconceito que existia contra os caipiras na época - o que ainda existia nos dias de hoje - bancou toda a despesa da gravação e acabou mostrando para todo o Brasil os grandes poetas e cantadores que se tormaram motivos até de desentendimento entre gravadoras e emissoras de rádio. Os caipiras davam audiência e todos queriam contratá-los para suas emissoras. E as apresentações eram ao vivo, nada desse negócios de faz de conta - dublagens, efeitos sonoros, etc, etc,etc....

Para comemorar esta data, a partir de hoje, estaremos contando aqui em nosso blog, parte dessa maravilhosa História da nossa verdadeira Música Brasileira. Mas, antes de começar a contar esse história, para mostrar que a Música Caipira ja fazia sucesso antes de Cornélio Pires, vamos mostrar um reprotagem de Ivan Finotti, da Folha de São Paulo, sobre a música "Tristeza do Jeca".

Nessa reportagem, faltaram algumas coisinhas sobre a música as quais acrescentei aqui. Por exemplo: foi composta por Angelino de Oliveira em 1917, foi gravada pela primeira vez em 1923, na forma instrumental, pela Orquestra Brasil América; por Paraguassu em 1937, por Tonico e Tinoco em 1947. Essa gravação de Tonico e Tinoco é a única que trás as 4 estrofes da música; as demais trazem apenas 3, inclusive as regravações da própria dupla Tonico e Tinoco. A última gravação de Tristeza do Jeca que temos notícia, foi feita ano passado pela dupla mirim Murilo e Marcelo da cidade de Bariri.
No final dessa primeira parte, vamos postar um álbum da Turma Cornélio Pires, trazendo na 14ª faixa, a música Jorginho do Sertaneja e um ábum com as primeiras gravações de Tonico e Tinoco que trás a gravação de Tristeza do Jeca.

Reportagem da Folha de São Paulo
"Tristeza do Jeca" é a melhor música caipira de todos os tempos

"Uma música especial, com letra bela, mas diferente do que tocam por aí", aprovou o doutor Nestor Seabra. Era uma tarde de 1918 e o elogio se dirigia ao autor da singela canção, Angelino de Oliveira, um dentista, mas que também vendia imóveis, liderava o trio Viguipi (violino, guitarra, piano) e, vez por outra, ainda assinava como escrivão de polícia de Botucatu. Já o Nestor Seabra --presidente do Clube 24 de Maio, um dos mais tradicionais da cidade-- era quem havia encomendado a tal da "música especial" ao multifacetado Angelino.

E foi no 24 de Maio, sob o olhar satisfeito do doutor presidente, que Angelino tocou e cantou "Tristeza do Jeca" pela primeira vez. "Teve de bisar a música cinco vezes", conta o jornalista e pesquisador Ayrton Mugnaini Jr., autor da "Enciclopédia das Músicas Sertanejas" (Letras & Letras, 2001).

Noventa anos depois, "Tristeza do Jeca" é a campeã de uma eleição feita, a pedido da Folha, por um grupo de 16 críticos, pesquisadores e compositores. Sem ser científica ou estatística, a enquete aponta alguns dos maiores clássicos da música caipira e ajuda qualquer interessado pelo gênero a montar um CD danado de bão.

Tatu

Inspirada no Jeca Tatu, personagem do livro "Urupês" --que Monteiro Lobato havia lançado naquele mesmo longínquo 1918--, "Tristeza do Jeca" deixou marcas profundas. "O tom desencantado da letra deu, por um tempo, ideia de que música caipira tratasse só de morte, de tragédia, o que não é verdade", afirma José Hamilton Ribeiro, autor do livro "Música Caipira - As 270 Maiores Modas de Todos os Tempos" (ed. Globo, 2006).

Já o jornalista Marcelo Tas, fã apaixonado do estilo sertanejo, recorre a lembranças interioranas para justificar seu voto: "Que me desculpem Tonico e Tinoco, mas o melhor intérprete desta canção foi meu 'vô' João. Nas festas da família lá em Ituverava, sempre chegava a hora dele cantar, cheio de orgulho e com uma verdade doída saindo do peito, que 'nasceu num ranchinho à beira-chão todo cheio de buraco onde a lua faz clarão'. Todo mundo deixava o que estava fazendo para ir correndo ver o show. Um verdadeiro 'resumo da ópera' caipira."

Além deles, votaram os historiadores Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello (ambos autores de "A Canção no Tempo", Editora 34, 1997), Fernando Faro (criador do programa "Ensaio"), Rosa Nepomuceno (autora de "Música Caipira -Da Roça ao Rodeio", editora 34, 1999), Aloisio Milani (roteirista do "Viola, Minha Viola"), Assis Ângelo (autor do "Dicionário Gonzagueano, de A a Z"), Carlos Rennó (organizador de "Gilberto Gil - Todas as Letras), Luís Antônio Giron (editor de cultura da revista "Época") e Marcus Preto (colaborador da Ilustrada). Quatro artistas também participaram: Tinoco (da dupla com Tonico), Zezé di Camargo, Renato Teixeira e a dupla Milionário e José Rico, que votaram em dupla.

Tuia

"Tristeza do Jeca" --assim como a maioria das 78 músicas citadas na votação-- foi gravada e regravada por todo mundo, no meio sertanejo e fora dele. No filme "2 Filhos de Francisco" (2005) foi a vez de Maria Bethânia e Caetano Veloso.
Mas a versão mais votada pelos especialistas consultados foi mesmo a de Tonico e Tinoco. "Ela abria e fechava o 'Na Beira da Tuia', nosso programa na rádio Bandeirantes", lembra Tinoco, 88. "Tuia? Ora, tuia é onde a gente guarda enxada, saco de milho, essas coisas... Mas esse povo da cidade não tem 'curtura' nenhuma 'mermo'..."

3 comentários:

  1. parabens pelo blog...
    Na musica country VIRGINIA DE MAURO a LULLY de BETO CARRERO vem fazendo o maior sucesso com seu CD MUNDO ENCANTADO em homenagem ao Parque Temático em PENHA/SC. Asssistam no YOUTUBE sessão TRAPINHASTUBE, musicas como: CAVALEIRO DA VITÓRIA, MEU PADRINHO BETO CARRERO, ENTRE OUTRAS...
    é o sonho eterno de BETO CARRERO e a mão de DEUS.

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  2. parabens pela historia e claro que alguns fatos não procedem .mas a idéia e boa

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