No dia 26 de julho desse ano de 2009, estaremos comemorando 80 anos da primeira gravação de música caipira feita por artistas verdadeiramente caipiras. A primeira música gravada foi "Jorginho do Sertão" de autoria de Cornélio Pires, gravada pela dupla "Mariano e Caçula" que fazia parte da Turma Cornélio Pires. Não foi Cornélio Pires quem inventou a Música Capira; ela já existia há muito tempo e era cantada, principalmente, nas festas religiosas. Cornélio Pires teve a audácia e a coragem de encarar o grande preconceito que existia contra os caipiras na época - o que ainda existia nos dias de hoje - bancou toda a despesa da gravação e acabou mostrando para todo o Brasil os grandes poetas e cantadores que se tormaram motivos até de desentendimento entre gravadoras e emissoras de rádio. Os caipiras davam audiência e todos queriam contratá-los para suas emissoras. E as apresentações eram ao vivo, nada desse negócios de faz de conta - dublagens, efeitos sonoros, etc, etc,etc....
Para comemorar esta data, a partir de hoje, estaremos contando aqui em nosso blog, parte dessa maravilhosa História da nossa verdadeira Música Brasileira. Mas, antes de começar a contar esse história, para mostrar que a Música Caipira ja fazia sucesso antes de Cornélio Pires, vamos mostrar um reprotagem de Ivan Finotti, da Folha de São Paulo, sobre a música "Tristeza do Jeca".
Nessa reportagem, faltaram algumas coisinhas sobre a música as quais acrescentei aqui. Por exemplo: foi composta por Angelino de Oliveira em 1917, foi gravada pela primeira vez em 1923, na forma instrumental, pela Orquestra Brasil América; por Paraguassu em 1937, por Tonico e Tinoco em 1947. Essa gravação de Tonico e Tinoco é a única que trás as 4 estrofes da música; as demais trazem apenas 3, inclusive as regravações da própria dupla Tonico e Tinoco. A última gravação de Tristeza do Jeca que temos notícia, foi feita ano passado pela dupla mirim Murilo e Marcelo da cidade de Bariri.
No final dessa primeira parte, vamos postar um álbum da Turma Cornélio Pires, trazendo na 14ª faixa, a música Jorginho do Sertaneja e um ábum com as primeiras gravações de Tonico e Tinoco que trás a gravação de Tristeza do Jeca.
Reportagem da Folha de São Paulo
"Tristeza do Jeca" é a melhor música caipira de todos os tempos
"Uma música especial, com letra bela, mas diferente do que tocam por aí", aprovou o doutor Nestor Seabra. Era uma tarde de 1918 e o elogio se dirigia ao autor da singela canção, Angelino de Oliveira, um dentista, mas que também vendia imóveis, liderava o trio Viguipi (violino, guitarra, piano) e, vez por outra, ainda assinava como escrivão de polícia de Botucatu. Já o Nestor Seabra --presidente do Clube 24 de Maio, um dos mais tradicionais da cidade-- era quem havia encomendado a tal da "música especial" ao multifacetado Angelino.
E foi no 24 de Maio, sob o olhar satisfeito do doutor presidente, que Angelino tocou e cantou "Tristeza do Jeca" pela primeira vez. "Teve de bisar a música cinco vezes", conta o jornalista e pesquisador Ayrton Mugnaini Jr., autor da "Enciclopédia das Músicas Sertanejas" (Letras & Letras, 2001).
Noventa anos depois, "Tristeza do Jeca" é a campeã de uma eleição feita, a pedido da Folha, por um grupo de 16 críticos, pesquisadores e compositores. Sem ser científica ou estatística, a enquete aponta alguns dos maiores clássicos da música caipira e ajuda qualquer interessado pelo gênero a montar um CD danado de bão.
Tatu
Inspirada no Jeca Tatu, personagem do livro "Urupês" --que Monteiro Lobato havia lançado naquele mesmo longínquo 1918--, "Tristeza do Jeca" deixou marcas profundas. "O tom desencantado da letra deu, por um tempo, ideia de que música caipira tratasse só de morte, de tragédia, o que não é verdade", afirma José Hamilton Ribeiro, autor do livro "Música Caipira - As 270 Maiores Modas de Todos os Tempos" (ed. Globo, 2006).
Já o jornalista Marcelo Tas, fã apaixonado do estilo sertanejo, recorre a lembranças interioranas para justificar seu voto: "Que me desculpem Tonico e Tinoco, mas o melhor intérprete desta canção foi meu 'vô' João. Nas festas da família lá em Ituverava, sempre chegava a hora dele cantar, cheio de orgulho e com uma verdade doída saindo do peito, que 'nasceu num ranchinho à beira-chão todo cheio de buraco onde a lua faz clarão'. Todo mundo deixava o que estava fazendo para ir correndo ver o show. Um verdadeiro 'resumo da ópera' caipira."
Além deles, votaram os historiadores Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello (ambos autores de "A Canção no Tempo", Editora 34, 1997), Fernando Faro (criador do programa "Ensaio"), Rosa Nepomuceno (autora de "Música Caipira -Da Roça ao Rodeio", editora 34, 1999), Aloisio Milani (roteirista do "Viola, Minha Viola"), Assis Ângelo (autor do "Dicionário Gonzagueano, de A a Z"), Carlos Rennó (organizador de "Gilberto Gil - Todas as Letras), Luís Antônio Giron (editor de cultura da revista "Época") e Marcus Preto (colaborador da Ilustrada). Quatro artistas também participaram: Tinoco (da dupla com Tonico), Zezé di Camargo, Renato Teixeira e a dupla Milionário e José Rico, que votaram em dupla.
Tuia
"Tristeza do Jeca" --assim como a maioria das 78 músicas citadas na votação-- foi gravada e regravada por todo mundo, no meio sertanejo e fora dele. No filme "2 Filhos de Francisco" (2005) foi a vez de Maria Bethânia e Caetano Veloso.
Mas a versão mais votada pelos especialistas consultados foi mesmo a de Tonico e Tinoco. "Ela abria e fechava o 'Na Beira da Tuia', nosso programa na rádio Bandeirantes", lembra Tinoco, 88. "Tuia? Ora, tuia é onde a gente guarda enxada, saco de milho, essas coisas... Mas esse povo da cidade não tem 'curtura' nenhuma 'mermo'..."
parabens pelo blog...
ResponderExcluirNa musica country VIRGINIA DE MAURO a LULLY de BETO CARRERO vem fazendo o maior sucesso com seu CD MUNDO ENCANTADO em homenagem ao Parque Temático em PENHA/SC. Asssistam no YOUTUBE sessão TRAPINHASTUBE, musicas como: CAVALEIRO DA VITÓRIA, MEU PADRINHO BETO CARRERO, ENTRE OUTRAS...
é o sonho eterno de BETO CARRERO e a mão de DEUS.
parabens pela historia e claro que alguns fatos não procedem .mas a idéia e boa
ResponderExcluirQUE MERDA !
ResponderExcluir