Gentileza do nosso Amigo e Colaborador Walter Quederoli, o Mocotó de Santo André. Obrigado, Mocotó!
Infelizmente, não temos o ano de gravação
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Miguel Servan Vidal, nascido em Mirassol-SP no dia 01/01/1936, e Ana Servan Vidal, nascida em Onda Verde-SP no dia 15/12/1941, integram o famoso "Duo Glacial" que, na década de 1960, conseguiu a vendagem de mais de um milhão de discos com a belíssima música "Poeira" (Luiz Bonan e Serafim Colombo Gomes). (Por ironia e por erro ortográfico, o Servan dos irmãos Miguel e Aninha começa com a letra "S", enquanto que os demais irmãos e familiares possuem o sobrenome Cervan registrado corretamente).
Miguel e Aninha já cantavam desde cedo, sendo que Aninha, com apenas 12 anos, venceu um concurso num circo que passava pela região. E, em 1955, com o nome "Irmãos Cervan", a dupla começava a se apresentar na Rádio Cultura de Araraquara-SP.
Em 1956, os irmãos decidiram tentar a carreira artística em São Paulo, onde foram morar no bairro Tucuruvi, na Zona Norte. E foi nesse bairro que Miguel e Aninha conheceram o já renomado compositor José Fortuna, que os convidou para participar do programa "Onde Cantam os Maracanãs", que ia ao ar pelas ondas da Rádio Piratininga.
Três anos depois, Miguel e Aninha adotaram o nome artístico de Duo Glacial, o qual foi sugerido por José Fortuna. Sucederam-se apresentações nas Rádios Tupi, Nove de Julho e Nacional de São Paulo e, ainda em 1959, o Duo Glacial gravou seu primeiro disco 78 RPM, com a canção rancheira "Orgulho" ( José Fortuna) e a valsa "O Amor e a Rosa" (José Vidal e Piraci), pelo selo Sertanejo. E, nos programas de rádio, a vinheta que os anunciava dizia: "Apesar do nome frio, a voz é quente..."
Vieram depois mais dois discos 78 RPM: em 1960, o rasqueado "Si Queres" (João Vidal) e a Rancheira "Desde que o Dia Amanhece" (Pepe Guizar e José Fortuna), pelo selo Sertanejo. E, em 1961, o tango "Reconciliação" ( Zé do Rancho e Ado Benatti) e a canção rancheira "Traição" (Francisco Lacerda), pelo selo Sabiá.
E foi em 1967 que o Duo Glacial conquistou o primeiro lugar no Primeiro Festival Sertanejo da Rádio Nacional com a interpretação da belíssima toada "Poeira" (Serafim Colombo Gomes e Luiz Bonan). No ano seguinte, a dupla recebeu também o Troféu Cornélio Pires e gravou um LP no qual foi incluída a música vencedora.
"Poeira", na verdade, havia sido eliminada na primeira fase; Luiz Bonan, no entanto, fez algumas mudanças na letra e a composição foi classificada para a final. E é sucesso até hoje, essa belíssima página musical que tão bem homenageia o interior paulista.
Em 1970, o Duo Glacial participou do filme "Sertão em Festa", estrelado por Tião Carreiro e Pardinho, Simplício, Saracura, Nhá Barbina, Francisco Di Franco, Marlene Costa e Clenira Michel, com músicas de Tião Carreiro e Pardinho, Duo Glacial, Mariazinha e Zenilton, Luiz Gomes e também os Catireiros de Sorocaba e Piracicaba. O filme contou com a direção de produção de Sergio Ricci (assistido por Enzo Barone), roteiro de Osvaldo de Oliveira e Enzo Barone e estória original de Cornélio Pires. A direção esteve a cargo de Osvaldo de Oliveira.
No mesmo ano de 1970, o Duo Glacial lançou um LP com 12 composições de autoria de João Pacífico (ocasião na qual Brás Baccarin era diretor artístico da Chantecler/Continental), o qual, para nossa felicidade, foi remasterizado em CD pela Warner em Maio de 2000 na "Coleção Raízes da Música Sertaneja - Duo Glacial em Homenagem a João Pacífico". Esse disco, de um certo modo, "redescobriu" esse grande poeta e compositor.
Quero destacar a belíssima interpretação de "Gostinho de Saudade" ( João Pacífico e Piraci), composição que me emocionou bastante com sua letra falando sobre um gostoso café, a fazenda, o torrador, a moenda, o interior de São Paulo e a saudade...
A partir desse excelente disco, João Pacífico passou a ser chamado para entrevistas e participações em programas de televisão, além de ser freqüentemente regravado e também reconhecido pela imprensa.
Participações no circo também fizeram parte da carreira artística do Duo Glacial. Num desses diversos circos, a Companhia Teatral Circense, Mariazinha e sua filha Noeli eram as estrelas juntamente com Bueno Filho, Jair Roberto, além de Miguel e Aninha, integrantes do Duo. Eram encenadas peças teatrais tais como "A Vingança do Lavrador" e "O Lavrador Não é Covarde" que, apesar de serem consideradas como "dramas", também arrancavam gostosas gargalhadas da platéia que se divertia com o personagem Chico, que era representado por Ivo Rodrigues.
Merece ser lembrado que Mariazinha e sua filha Noeli eram respectivamente esposa e filha do Zé do Rancho. Noeli e seu esposo Xororó (da dupla com Chitãozinho) são os pais de Sandy e Junior.
E Aninha, por motivos particulares, em 1974, afastou-se do Duo Glacial e, em seu lugar, quem passou a cantar juntamente com Miguel foi Maria Vieira da Silva, foi Mariazinha, ex-esposa e que também já cantou em dupla com Zé do Rancho. Lembrar que Mariazinha havia deixado de cantar com Zé do Rancho em 1972, dois anos antes de integrar o Duo Glacial.
Foi mantido o nome "Duo Glacial" que, com a nova formação, gravou já em 1975 o LP "Eterna Lembrança", pela Continental. Seguiram-se mais três LP's, com o "Duo Glacial" composto por Miguel e Mariazinha.
Algum tempo depois, Mariazinha decidiu encerrar sua carreira artística e, em 1983, Aninha voltou a integrar o "Duo Glacial" juntamente com seu irmão Miguel. E é dessa forma como conhecemos na atualidade o "Duo Glacial", que prossegue fazendo shows e realizando gravações, além de participar de programas de TV, contando boas histórias de caipiras e cantando com a mesma voz "nada gelada" dos bons tempos do Rádio!
Texto: Sandra Cristina Peripato (Recantocipira.com.br)
Fonte: www.boamusicaricardinho.com
Para seu conhecimento, o ano de gravação do LP "Amor Distante" do Duo Glacial é 1968. Observe no canto superior esquerdo da contracapa, abaixo do n.º CH - 3195.
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P - 1968
Orlando Garcia