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Web Rádio "SAUDADE SERTANEJA, transmitindo de Bauru/SP, Sob Direção Geral de Tião Camargo

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segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

PIRAPORA DO BOM JESUS E BOM JESUS DE PIRAPORA, Ado Benatti e Geraldo Filme

acasrecente

Coluna: Antônio Carlos Affonso dos Santos. ACAS, o Caipira Urbano.

http://www.raizonline.net/noventaecinco/sessentaeseis.htm

ARTISTAS PIRAPORENSES FAMOSOSpiraporaadobenatoacas

ADO BENATI (E SEU SUPEREGO ZE DO MATO) NO ESCRITORIO DE PIRAPORA

Não necessariamente eles nasceram em Pirapora do Bom Jesus, mas suas histórias ficaram (e ficarão) ligadas eternamente à cidade.

Sem dúvida, o artista mais conhecido que passou por Pirapora, foi o Ado Benati. Ele nasceu em Taquaritinga (SP) em 23/09/1908 e morreu em Pirapora do Bom Jesus (SP) em 04/11/1962.

Ele começou a carreira artística compondo emboladas e cantando em programas de calouros; o «must» da época. Em 1939 passou a atuar na Rádio Educadora Paulista de São Paulo, com o regional de Caxangá (um tipo de banda da época). Mais tarde passou a atuar como contratado pela rádio Difusora de São Paulo.

Fez fama quando por volta de 1947 criou o personagem Zé do Mato; neste mesmo ano teve gravada por Tonico e Tinoco, sua primeira composição: a moda de viola «Destino de um Caboclo».

Um de seus maiores sucessos foi a música «Bom Jesus de Pirapora», onde o poeta narra de modo comovente, a saga que uma senhora teve que passar para chegar à Pirapora de Bom Jesus e o milagre conseguido.

Mesmo nos dias atuais, se pode ouvir esta música no serviço de alto falantes da cidade. Ado Benati publicou também livros e escreveu peças de teatro, que à época eram montadas em circos pelo interior do Brasil afora.

Alguns de seus grandes sucessos como compositor foram «Bom Jesus de Pirapora» e «Transporte de boiada». Publicou os livros de poemas «Musa cabocla» e «Alma da terra».

Escreveu também as histórias populares «Contos do Zé do Mato» e os versos populares «Tambaú, cidade dos milagres», «A morte do Dioguinho», «Bom Jesus de Pirapora» e «Os crimes de Dioguinho».

Foi autor também de diversas peças caipiras que alcançam sucesso ainda hoje. Dentre elas, podemos citar «Mão criminosa», com Tonico e Tinoco, «O filho do sapateiro» e «Sindicato dos malucos».

Segundo informações colhidas pelo ACAS, alguns moradores lembram-se dele ou contam que seus pais tinham contato com ele. Ado Benati tinha uma casa em Pirapora, chamado por ele de «rancho», onde compunha, recebia amigos e pescava muito.

Bom Jesus de Pirapora

Clássico da música sertaneja ...- Autores: Ado Benatti e Serrinha, gravado em 1951, por Serrinha e Caboclinho (Rielinho auxiliava com seu conjunto) ...Vários artistas a gravaram depois, inclusive Tonico e Tinoco...

Eis a letra :
(Declamado)
Mãe, nome sagrado que a gente venera e adora
Criatura que mais se ama, depois de Nossa Senhora!
Vendo minha mãe paralítica, sem um sinal de melhora,
Levei ela confiante ao Bom Jesus de Pirapora...
(Cantado)
Num velho carro de boi,
Saímos estrada a fora,
Passamos em toda a viagem
Perigos de hora em hora,
Dormindo nos mataréus
Aonde a pintada mora
Mas quem tem fé neste mundo
Sofre calado e não chora!
Com dez dias de viagem,
Sem a esperança perder,
Do alto dum espigão,
Ouvi um sino gemer...
A mais linda paisagem,
Que nunca hei de esquecer
A Matriz de Pirapora,
Na margem do rio Tietê!
Até a porta da igreja,
Carro de boi nos conduz.
Levei minha mãe no colo,
No altar cheio de luz.
Ali mesmo ajoelhei,
Fazendo o Sinal da Cruz,
Beijei a imagem sagrada
Do abençoado Jesus...
E a cura milagrosa deu-se ali, na mesma hora:
Minha mãe saiu andando daquela igreja pra fora!
Foi um milagre da fé, juro por Nossa Senhora
Bendito seja pra sempre Bom Jesus de Pirapora!

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GERALDO FILME

Outro artista famoso é o sambista Geraldo Filme (nascido em São João da Boa Vista, em 1928 e morreu em São Paulo, em 1995), que já mereceu até um documentário num curta metragem do cinema nacional.

Geraldão conheceu com a avó, os cantos de escravos que influenciaram sua formação musical. Embora haja outros pais do «samba paulista», sem dúvida, Geraldo Filme se não foi o pai, foi o seu antecessor.

A casa onde o Geraldo Filme se reunia com o pessoal de Pirapora para compor e cantar samba, ainda está de pé, mantida pela prefeitura local, passando a se chamar «Espaço Cultural Samba Paulista Vivo Honorato Missé».

O local abriga uma exposição permanente sobre o Samba Paulista e o cotidiano da cidade, além de ser palco de manifestações artísticas e eventos. De São João da Boa Vista pra Barra Funda, daí até Pirapora, de volta ao Brás, Glória, Peruche e finalmente pro Bexiga.

Vendendo marmitas; preparadas pela mãe, versando e dando pernadas (passava bom tempo nas rodas de samba e de «tiririca» [capoeira], que os carregadores improvisavam no Largo da Banana, na Barra Funda), Geraldo Filme de Souza cresceu e se formou nas ruas de São Paulo.

Ainda garoto encontrou na música sua forma de expressão, sendo respeitado como compositor e intérprete. Geraldão da Barra Funda, como era conhecido, teve papel importantíssimo no desenvolvimento do carnaval e das escolas de samba de São Paulo.

Fundou cordões, blocos e atuou como diretor de carnaval da Vai Vai, onde compôs sambas que se consagraram como verdadeiros hinos da escola: «Quem nunca viu o samba amanhecer, vai no Bexiga pra ver».

Apesar de sua popularidade no meio sambístico, Geraldo Filme não tinha representatividade na mídia ou entre as gravadoras da época. Contemporâneo de Oswaldinho da Cuíca, Adoniran Barbosa e Germano Mathias (nos dias atuais, só o Germano Mathias ainda está vivo), o que hoje conhecemos de suas composições é fruto de um único disco, lançado em 1980, quando já contava 52 anos de vida, onde gravou suas canções mais conhecidas, entre elas: «Vai cuidar de sua vida», «A morte de Chico Preto», «Silêncio no Bexiga», «Tradição» e «Tristeza do sambista» entre outras.

Nos últimos anos de vida, Geraldo Filme trabalhou na organização do Carnaval na cidade de São Paulo, tornando-se uma referência da cultura negra paulistana. Um aspecto pouco estudado de sua obra é a releitura do samba rural paulista («Batuque de Pirapora» vide NA, «Tradições e Festas de Pirapora»), que trazem elementos dos jongos, vissungos e batuques ensinados por sua avó.

Segundo apurado em documentário da TV cultura de São Paulo (ENSAIO), Geraldo Filme ia quase todos os fins de semana à Pirapora em companhia da mãe, pois na cidade morava uma sua tia, irmã de sua mãe; que também gostava de música e freqüentavam a casa onde hoje se situa o Espaço cultural Samba Paulista, onde Geraldo fez os primeiros contatos com um tipo de música que o inspirou para o resto de sua vasta e producente vida artística.

Trecho do documentário sobre Geraldo Filme

NA: O leitor pode tomar conhecimento da música que Geraldo Filme fazia em Pirapora, acessando o «Batuque de Pirapora» no site www.sambadobau.com.br

e aqui abaixo (N.Redação)

Batuque de Pirapora - Geraldo Filme

2 comentários:

  1. Ola
    Sou sobrinho do Ado Benatti (Zé do Mato)
    O rancho ainda existe e fica no fundão, visito sempre que posso!

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    Respostas
    1. Obrigado, Ricardo! Pretendemos produzir um especial com Ado Benatti. Se tiver algo sobre ele, como foto, histórias, etc. nos envie para que possamos enriquecer a memória de um doa Maiores Artistas Sertanejos de todos os tempos.

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