Missa do Galo

Foto da Capela da Tapera Queimada (1993), município de Borebi/SP. Na foto, da esquerda para a Direita, Mineirinho, Cibog e Tião Camargo. Sinceramente, nem sei se a Capela ainda existe, nunca mais passei por lá.

Em 1957, com 5 anos de idade, foi aqui que assisti minha primeira Missa do Galo (que me lembro). Minha família e eu, morávamos na Fazenda Santo Antonio do Caçador, bem próxima dali. Eu ia para a Missa, uma vez por mês, na garupa do cavalo de minha Mãe, Dona Yolanda Fabro de Camargo, falecida em 1975, aos 47 anos.

 

Missa do Galo

(Letra de Tião Camargo, Melodia de Zé Goiano)

Gravada por Rei do Vale e Zé Goiano em 2007

 

Mais um ano se passou

E novamente chegou

Mês de dezembro, afinal

As famílias se reúnem

É tradição e costume

Comemorar o Natal

Mesa toda enfeitada

Bebidas caras importadas

Coisa fora do normal

Dia e noite a Festa emenda

Mas quase ninguém se lembra

Do motivo principal

 

Na noite que antecede

Todo mundo come e bebe

Quando chega a zero hora

Os amigos e parentes

Fazem trocas de presentes

Tem até gente que chora

Lembro-me de antigamente

Tudo era diferente

Dos costumes de agora

A grande festa formosa

Era mesmo religiosa

Naquele sertão de outrora

 

Prá ver a Missa do galo

Vinha gente a cavalo

De carro de boi até

Prá cumprir com devoção

De toda a região

Muita gente vinha a pé

A capelinha lotava

Aquela gente rezava

Numa profissão de fé

Depois da Missa os violeiros

Reunidos no terreiro

Louvavam Jesus de Nazaré

 

A grande demagogia

Que se nota hoje em dia

Mesmo até na religião

Enganadores do povo

Sempre tem um golpe novo

Atacam sem compaixão

Sem rancor e sem receio

O homem destrói o meio

Onde vivem seus irmão

Por todo mundo é sabido

Que o homem será banido

Por si próprio deste chão

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