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Web Rádio "SAUDADE SERTANEJA, transmitindo de Bauru/SP, Sob Direção Geral de Tião Camargo

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terça-feira, 6 de março de 2012

Inezita Barroso (1960) Eu Me Agarro na Viola

inezita6Nesta homenagem que prestamos à Inezita Barroso pelos seus 87 anos de vida, aproveitamos para homenagear todas as mulheres pelo “Dia Internacional da Mulher” (08/03), em especial a mulher caipira.

  1. A trôco de quê (Luiz Vieira) (1960)
  2. A voz do violão (Francisco Alves e Horácio Campos) (1960)
  3. Boi Amarelinho (Raul Torres) (1960)
  4. Canção da guitarra (Marcelo Tupinambá e Aplecida do Carmo) (1960)
  5. Eu me agarro na viola (Tirana de Vila Nova) (Motivo Popular, Recolhido por Waldemar Henrique) (1960)
  6. Leilão (Hekel Tavares e Juracy  Camargo) (1960)
  7. Meu baralho (Edvina Andrade) (1960)
  8. Moda da mula preta (Raul Torres) (1960)
  9. Moda da onça (Recolhida por Inezita) (1960)
  10. Moda do boi amarelinho (Raul Torres) (1960)
  11. Moda do bonde camarão (Mariano da Silva e Cornélio Pires) (1960)
  12. Urutáu (Lamartine Paes de Barro Machado) (1960)

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Inês Madalena Aranha de Lima nasceu em 04 de março de 1925 no Bairro Barra Funda na capital paulista.

Começou a cantar aos sete anos de idade. Aos nove, já admirava o poeta modernista Mário de Andrade, que morava ao lado de sua casa à Rua Lopes Chaves na Barra Funda, em São Paulo, a quem esperava passar todo dia enquanto brincava de patins. Aos 11 anos, começou a estudar piano.

Desde criança, conhecia Raul Torres que, tendo sido colega de seu pai na Estrada de Ferro Sorocabana, ia com freqüência à sua casa, onde cantava quando ela fazia aniversário.

Apesar de ter sido criada na capital, Inezita tinha verdadeira paixão pela música caipira. Seu contato com a natureza era nos finais de semana e quando passava as férias na casa de parentes que moravam na roça. Desde cedo desenvolveu o gosto pela música caipira, mas enfrentou duros preconceitos, pois na época cantar e tocar viola não era atividade para mulher. A família era totalmente contra.

Inezita fez faculdade de Biblioteconomia, pois tinha verdadeira adoração por livros.

Casou-se na década de 40 com um pernambucano e iniciou sua carreira cantando músicas folclóricas recolhidas por Mário de Andrade, na Rádio Clube do Recife. O nome Inezita Barroso surgiu de seu nome Inês que também era o nome de sua mãe, e Barroso era o sobrenome de seu marido.

Estreou como atriz no filme "Ângela", de Tom Payne e Abílio Pereira de Almeida, em 1950, pela Companhia Vera Cruz, . No mesmo ano, estreou na Rádio Bandeirantes de São Paulo.

Em 1951, passou a atuar na Rádio Record, onde apresentou em 1954, o programa "Vamos falar de Brasil". Ainda em 1951, gravou seu primeiro disco, interpretando "Funeral de um Rei Nagô", de Hekel Tavares e Murilo Araújo e também "Curupira", de Waldemar Henrique. Em 1953, gravou "O canto do mar" e "Maria do mar", de Guerra Peixe e José Mauro de Vasconcelos. No mesmo ano, gravou dois de seus maiores sucessos, a moda "Marvada pinga", de Cunha Jr., e o samba "Ronda", de Paulo Vanzolini.

Ainda em 1953, participou dos filmes "Destino em apuros", de Ernesto Remani e "Mulher de verdade", de Alberto Cavalcanti. Com este filme, recebeu o Prêmio Saci, de melhor atriz. Em 1954, gravou "Coco do Mané", de Luiz Vieira e passou ainda a apresentar, semanalmente, programas sobre folclore na TV Record. Recebeu o Prêmio Roquette Pinto de melhor cantora de rádio da Música Popular Brasileira, e o Prêmio Guarani como melhor cantora de disco. Participou dos filme "É proibido beijar", de Ugo Lombardi e "O craque", de José Carlos Burle.

Em 1955, gravou as canções de domínio público, "Meu casório" e "Nhá Popé". No mesmo ano, participou como atriz e cantora do filme "Carnaval em lá maior", de Adhemar Gonzaga, que representou o Brasil no Festival de Punta Del Este no Uruguai. Ainda em 1955, recebeu novamente os Prêmios Saci, como melhor atriz, e Roquette Pinto, como melhor cantora de Música Popular, com o disco "Vamos falar de Brasil".

No LP "Inezita apresenta", gravou composições de Babi de Oliveira, Juraci Silveira, Zica Bergami, Leyde Olivé e Edvina de Andrade, do folclore paulista, mineiro e baiano. Em 1956, publicou o livro "Roteiro de um violão". Em 1958, gravou outro de seus grandes sucessos, a valsa "Lampião de gás", de Zica Bergami e Hervé Cordovil. Gravou, também, a clássica toada "Fiz a cama na varanda", de Dilu Melo e Ovídio Chaves. Em 1960, gravou, de Mariano da Silva e Cornélio Pires, a moda de viola "Moda do bonde camarão", que tornou-se outro grande sucesso de sua carreira, e "Moda da onça", do folclore recolhido por ela.

Em 1962, saiu da Record e começou a enfrentar dificuldades para fazer gravações, em virtude da manutenção intransigente de uma linha de trabalho da qual não abriu mão. Em 1969, recebeu um troféu do I Festival de Folclore Sul-Americano, na cidade de Salinas no Uruguai. Nos anos 1970, dedicou-se a viajar realizando pesquisas musicais, além de realizar recitais pelo interior do país e fazer gravações para programas especiais para diversos países, entre os quais, União Soviética, Israel e Estados Unidos.

Em 1970, realizou documentário que representou o Brasil na Exposição 70, no Japão. Em 1972, lançou o segundo volume dos "Clássicos da música caipira", no qual interpretou, entre outras, "Rio de lágrimas", de Piraci, Lourival dos Santos e Tião Carreiro, "Divino Espírito Santo", de Canhotinho e Torrinha, "Destinos iguais", de Capitão Furtado e Laureano e "Rei do café", de Teddy Vieira e Carreirinho.

Em 1975 gravou o disco "Inezita de todos os cantos", no qual interpretou pontos de candomblé, sambas anônimos do Rio de Janeiro e Niterói, números folclóricos de Mato Grosso, além das composições "Negrinho do pastoreio", de Barbosa Lessa e "Asa branca", de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira. A partir de 1980, começou a apresentar o programa "Viola minha viola", aos domingos, pela TV Record de São Paulo. Por essa mesma época, realizou recitais e conferências pelo Brasil, além de apresentar-se com Oswaldinho do Acordeon em shows do Projeto Pixinguinha.

Em 1985, foi homenageada pela Escola de Samba Oba-Oba, de Barueri, em São Paulo, que cantou sua vida e obra em enredo de carnaval. No mesmo ano, após cinco anos sem gravar, lançou,pelo selo independente Líder, o LP "Inezita Barroso: A incomparável", cujo repertório foi escolhido pelos fãs. Nesse período, apresentou por cinco anos na Rádio Universidade de São Paulo o programa "Mutirão". A partir de 1990, e durante nove anos, apresentou na Rádio Cultura AM o programa "Estrela da manhã", das cinco às sete horas da manhã.

Em 1996, gravou com o violeiro Roberto Corrêa o CD "Voz e viola", no qual interpretou, entre outras, "Flor do cafezal", de L. C. Paraná, "Perfil de São Paulo", de Bezerra de Menezes, "Tamba-tajá", de Waldemar Henrique, "Chalana", de Mário Zan e Arlindo Pinto e "Romaria", de Renato Teixeira. Também com Roberto Correia gravou o CD "Caipira de fato", em 1997, interpretando entre outras, "A coisa tá feia" e "A viola e o violeiro", de Tião Carreiro e Lourival dos Santos, "Siriema", de Mário Zan e Nhô Pai e "Adeus Campina da Serra", de Cornélio Pires e Raul Torres. No mesmo ano, recebeu o Prêmio Sharp de Melhor Cantora Regional.

Ficou conhecida como "A Rainha do Folclore" e é identificada com o que muitos definem como a "genuína música sertaneja".
Desde 1980 Inezita Barroso apresenta o tradicional Programa Viola Minha Viola da TV Cultura de São Paulo, que já está no ar há 29 anos. Ela se apresentou na terceira edição do programa. e daí para frente passou a comandar a apresentação do programa ao lado de Moraes Sarmento.
Hoje aos 84 anos Inezita Barroso continua viajando por todo o Brasil realizando seus shows juntamente com o Regional liderado por Joãozinho, e continua apresentando o tradicional "Viola Minha Viola".

Em sua gloriosa carreira Inezita soma mais de 60 discos gravados entre 78 rpm, Lps e Cds. Neste ano ainda lançará seu mais recente trabalho, e tem o projeto de gravar seu primeiro DVD ao vivo ainda neste ano.

Como atriz, atuou em 9 filmes: "Ângela" em 1950, "Destino em Apuros" e "Mulher de Verdade" em 1953, "O Craque" e "É Proibido Beijar" em 1954, "Carnaval em Lá Maior" em 1955, "O Preço da Vitória" em 1956, "Isto é São Paulo" em 1970, e "Desejo Violento" em 1978.
Foram inúmeros os sucessos que fez nestes anos todos, entre eles destacamos "Marvada Pinga" e "Lampião de Gás".

Texto: Sandra Cristina Peripato – site www.recantocaipira.com.br

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