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Web Rádio "SAUDADE SERTANEJA, transmitindo de Bauru/SP, Sob Direção Geral de Tião Camargo

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domingo, 8 de maio de 2011

Luizinho, Limeira e Zezinha

 

Luizinho, Limeira (Nenete) e Zezinha

O álbum abaixo trás as 20 músicas da primeira formação do Trio Luizinho, Limeira e Zezinha, formado por Luis Raimundo, Waldemar Castellar de Francheschi (Nenete) e Carmela Bonano a Zezinha.

  1. Tapera Caída (João Pacífico) (1953)
  2. Rio Grande do Sul (Luizinho e Arlindo Pinto)
  3. Gaúcho Amigo (Luizinho e Arlindo Pinto)
  4. Mil e Quinhentas Cabeças (Anacleto Rosas Jr.)
  5. Rosa de Sangue (Ado Benatti e Luizinho)
  6. Zé Valente (Anacleto Rosas Jr.) (1953)
  7. Violeiro Afamado (Luizinho e Modesto Rezende) (1953)
  8. Galopando (Arlindo Pinto e Torino) (1953)
  9. Litoral Brasileiro (Luizinho e Limeira) (1953)
  10. Peito Magoado (Anacleto Rosas Júnior) (1953)
  11. Meu Ceará (José Gama de Souza) (1953)
  12. Goiás do Sul (Teddy Vieira e Jaime Ramos) (1953)
  13. Pedro Feio (Luizinho e Dante Vanuchi) (1953)
  14. Vida de Barbeiro (Ado Benatti) (1953)
  15. Noite de Lua (Anacleto Rosas Júnior e Zé Cocão) (1953)
  16. Não Sinto Saudade (Anacleto Rosas Júnior e Patativa) (1953)
  17. A Morte do Gavião (Arlindo Pinto e Juqueta) (1953)
  18. Votuporanga (Luizinho e João Monteiro) (1953)
  19. Cara Marcada (Francisco Ribeiro e Brioso) (1954)
  20. Trucada (Anacleto Rosas Júnior) (1954)

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Luís Raimundo, o Luizinho nasceu em São Paulo-SP em 1916 e faleceu também na capital paulista em 1983. Seu irmão Ivo Raimundo, o Limeira também é paulistano e nasceu em 1924. Carmela Bonano, a Zezinha, também nasceu em São Paulo no dia 16/01/1928 e faleceu em Perdizes-SP em 11/05/2002 (diversas biografias citam 1982 como o ano de falecimento de Zezinha, já que, após o falecimento de Luizinho, ela se afastou totalmente da vida artística).

Luizinho iniciou sua carreira artística no ano de 1939 cantando em dupla com Mariano (o mesmo da célebre dupla "Caçula e Mariano", que fazia parte da Turma Caipira de Cornélio Pires).

Desfeita a dupla com Mariano, Luizinho passou a cantar em dupla com Diogo Mulero, o Palmeira, no período que se extendeu de 1946 a 1952.
"Palmeira e Luizinho" foram então contratados pela Rádio Tupi de São Paulo-SP e pela gravadora Continental (hoje Warner Music), na qual lançaram o primeiro disco com as músicas "Cavalo Preto" (Anacleto Rosas Júnior) e "Boiadero Bão" (Anacleto Rosas Jr. e Arlindo Pinto). Na mesma gravadora também fizeram sucesso com os clássicos "Burro Picaço" (Anacleto Rosas Jr. e Geraldo Costa), "Baldrana Macia" (Anacleto Rosas Jr. e Arlindo Pinto) e "Paraná do Norte" (Palmeira).

Em 1951 "Palmeira e Luizinho" foram para a RCA-Victor (hoje BMG), gravadora na qual também gravaram alguns dos seus maiores sucessos, tais como "Chão de Minas" (Palmeira e Luizinho), "Chofer de Estrada" (Luizinho e Ado Benatti), "O Crime de Maringá" (Palmeira e Luizinho) e "Bom Jesus de Pirapora" (Palmeira e Arlindo Pinto) (não confundir com a música homônima composta por Serrinha e Ado Benatti, também um grande clássico do repertório caipira raiz). No mesmo ano, com a acordeonista Carmela Bonano, a Zezinha, formaram um trio que logo se desfez.

A dupla "Palmeira e Luizinho" foi, por sinal, a que lançou o gênero musical conhecido como moda campeira, cujas letras falam de situações na vida do campo, tendo o acordeon como o principal instrumento musical; o violão e a viola acompanham o acordeon numa batida semelhante à do rasqueado (pode-se dizer que é uma "adaptação brasileira" do rasqueado originário do Paraguai). A diferença da batida é que na moda campeira "bate-se seco" enquanto que no rasqueado, "arrasta-se os dedos" nas cordas.

As músicas que fizeram parte do repertório de "Palmeira e Luizinho" ficaram a cargo de excelentes compositores da época, tais como Arlindo Pinto, Ado Benatti e Anacleto Rosas Jr, em composições musicais tais como "Chofer da Estrada" (Luizinho e Ado Benatti), "Baile na Tuia" (Palmeira e Arlindo Pinto), "Rio Paraguai" (Luizinho e Anacleto Rosas Jr.), "Romance de Caboclo" (Luizinho e Arlindo Pinto), além de composições próprias tais como "São Judas Tadeu" (Palmeira e Luizinho), "Paraná do Norte" (Palmeira) e "Chão de Minas" (Palmeira e Luizinho), apenas para citar algumas.

A dupla se desfez em 1953, no entanto "Palmeira e Luizinho" chegaram a se reunir novamente em 1956 tendo gravado um disco 78 RPM na RCA contendo "Doutor Promessa" (Palmeira e Teddy Vieira) e "Boliviana" (Palmeira e Teddy Vieira), esta última com a participação da cantora Marlene Simões.

Quando a dupla se desfez, Palmeira passou a cantar com Biá. E Luizinho formou dupla com Waldemar de Francheschi, o Nenete (que havia cantado antes na dupla "Nenete e Ditinho" e também no "Trio Saudade", com Ninão e Nininho).

Nenete adotou o nome artístico de Limeira na dupla com Luizinho, com quem cantou durante um ano, de 1952 a 1953 e, nessa formação, a dupla "Luizinho e Limeira" atuou nos programas "Imagens do Sertão" e "Alma da Terra" na Rádio Tupi de São Paulo-SP. Após a dupla com Luizinho, Waldemar adotou novamente o nome artístico de Nenete e formou com Isidoro Cunha a célebre dupla Nenete e Dorinho.

O nome artístico Limeira já foi adotado por diversos artistas sertanejos, inclusive o célebre compositor Sulino, provavelmente homenageando a simpática cidade de Limeira-SP, próxima a Piracicaba-SP.

Com essa formação (Luís Raimundo e Waldemar de Francheschi), Luizinho e Limeira gravaram 10 discos 78 RPM na RCA Victor (hoje BMG). O primeiro deles, com as músicas "1500 Cabeças (Anacleto Rosas Jr.) e "Gaúcho Amigo" (Luizinho e Arlindo Pinto). Também gravaram, dentre outras, as músicas "Tapera Caída" (João Pacífico), "Litoral Brasileiro" (Luizinho e Limeira), Goiás do Sul (Teddy Vieira e Jaime Ramos) e "Rio Grande do Sul" (Arlindo Pinto e Luizinho), apenas para citar algumas. Nas gravações, a dupla contou com o acompanhamento de Zezinha no acordeon.

Desfeita a dupla com Nenete, em 1954, Luizinho convidou seu irmão Ivo Raimundo para substituir o Waldemar, tendo mantido o mesmo nome da dupla "Luizinho e Limeira".

A dupla, a partir de então, passou a ser oficialmente um trio, com o acompanhamento de acordeon a cargo de Carmela Bonano, a Zezinha, que já havia acompanhado a dupla "Palmeira e Luizinho" e também a dupla de Luizinho com Waldemar de Francheschi. E a nova formação passou a se chamar "Luizinho, Limeira e Zezinha".

De família italiana, Carmela ganhou o apelido de Zezinha ainda criança. Aprendeu a tocar acordeon ("de ouvido") com Ângelo Reale aos nove anos de idade. E em 1953, Zezinha se formou em música erudita no Conservatório Aidir Meirelles.

A carreira musical de Zezinha se iniciou em 1946, no "Trio Mineiro" (convidada pelo Zulmiro que integrava o trio) e, dessa forma, "estava traçado" o destino de Zezinha na música sertaneja. Moça muito bonita, chamou a atenção na Rádio Tupi também pelo fato de ser na época uma das pouquíssimas mulheres a tocar o acordeon. Após um ano com o "Trio Mineiro", Zezinha passou a acompanhar a excelente dupla Tonico e Tinoco durante 8 meses, viajando por diversos lugares do Brasil.

O primeiro disco (em solo de acordeon) Zezinha gravou na Todamérica em 1951, com a valsa "Brejeira" (Zezinha e Luizinho) e a mazurca "Alegria" (Zezinha e Luizinho). Ainda em "carreira-solo", gravou diversas músicas de sucesso, dentre as quais "Baldrana Macia" (Anacleto Rosas Jr. e Arlindo Pinto), "Paraná do Norte" (Palmeira), "Índia Porã" (Zezinha e Luizinho), "Lágrimas de Mulher" (Pereirinha) e "Oito Baixos" (Zezinha e Messias Garcia), apenas para citar algumas. Com Luís e Ivo Raimundo, Zezinha integrou o famoso trio, que, recebeu o título de "Trio Orgulho do Brasil"! Sem dúvida, o mais famoso trio da música caipira raiz.

O primeiro disco de Luizinho e Limeira (Luís e Ivo Raimundo) foi gravado em 1954 na RCA-Victor com as músicas "Valsa do Assobio (Arlindo Pinto)" e "Mulinha" (Francisco Amor e Mauro Pires)".

"Luizinho, Limeira e Zezinha" não possuíam cachê fixo, como era comum na época e costumavam receber 50 % da bilheteria nos locais onde se apresentavam, que eram em geral circos e circos-teatros.

Em 1956, "Luizinho, Limeira e Zezinha" conquistaram o Prêmio Roquette Pinto (o mais cobiçado prêmio do rádio brasileiro). E em 1958 o Trio Orgulho do Brasil ganhou o “Troféu Viola Dourada” como melhor trio. E Zézinha também ganhou o prêmio como melhor sanfoneira.

Luizinho foi contratado como diretor artístico do núcleo sertanejo da Odeon no ano de 1958. Sendo na época uma das maiores fábricas de discos no Brasil, a mesma ainda não tinha um elenco sertanejo. Dado o enorme sucesso e a grande procura pelo gênero, a gravadora se viu obrigada a criar um "cast" nessa área, daí a contratação do Luizinho, que estreou na Odeon com "Remorso" (Luizinho e José Fortuna) e "Recordar é Viver" (Luizinho e Régis Falcão)". E, fizeram parte do elenco na Odeon renomadas duplas tais como Zé Fortuna e Pitangueira, e "Campanha e Cuiabano". E Luizinho também lançou na Odeon para todo o Brasil as "Primas Miranda".

Em 1959 Zezinha ainda gravou alguns discos como solista na Odeon com os maxixes "Serafina" (Messias Garcia) e "É da Banda de Lá" (Irvando Luiz e Peteleco). E no ano seguinte também como solista, Zezinha gravou o LP "A Imperatriz da Harmônica", pela Orion e, em 1961, gravou o LP "Dance com Zezinha" pela Chantecler (hoje Warner Music).

No dia 24/09/1960, numa apresentação no Circo-Teatro Estrela Dalva na cidade de Itanhaém-SP, Zezinha abria a apresentação do trio. Como era de costume, ela introduzia o show cantando sozinha a primeira música, acompanhada de seu acordeon, quando um sujeitinho execrável, inqualificável, louco e frustrado, chamado Edmundo Freire, invadiu a cena e esfaqueou-a, ferindo-a na mão, na perna e no pé, além de 11 furos no fole do acordeon. Edmundo "queria porque queria" ser o marido de Zezinha e declarava que "... se ela não ficasse com ele, não ficaria com mais ninguém"...Sem comentários...

A "Imperatriz da Harmônica" levou quase dois meses para se recuperar dos ferimentos e do susto. Esse atentado passou a fazer parte da história do trio, tendo originado um de seus maiores sucessos que foi "O Crime do Circo" (Zezinha e Limeira), música essa que acabou se transformando também numa peça teatral.

"Luizinho, Limeira e Zezinha" também apresentaram as peças "Pedro Feio" e "O Menino da Porteira", cujo tema composto por Teddy Vieira e Luizinho foi sem dúvida o maior sucesso da dupla inicial e também do trio.

Também foram grandes sucessos de "Luizinho, Limeira e Zezinha", dentre outras, as músicas "Pretinho Sábio" (Palmeira e Teddy Vieira), "Pé na Tábua" (Ado Benatti, Luizinho e Comendador Biguá), "Romaria" (Anacleto Rosas Jr. e Dois Turunas), "Pretinho Aleijado" (Teddy Vieira e Luizinho) e "Lenço Preto" (Teddy Vieira e Laureano), apenas para citar algumas.

O inesquecível trio também participou de vários programas radiofônicos, no tempo em que os programas ainda eram ao vivo, com auditório. Chegaram inclusive à incrível marca de três programas semanais na Rádio Tupi, durante 19 anos!

"Luizinho, Limeira e Zezinha" permaneceram em plena atividade até 1974, quando Luizinho precisou parar de cantar e de viajar, devido a um câncer na garganta. No entanto, eles ainda continuaram com as apresentações nos diversos programas de Rádio e TV, com Limeira fazendo a "primeira voz" e a segunda voz a cargo de um irmão da dupla conhecido como Zé Coqueiro.

E, em 1980, Luizinho, Limeira e Zé Coqueiro apresentaram-se na TV pela última vez, no programa "Viola Minha Viola", que se iniciava na TV Cultura de São Paulo-SP e era apresentado na época pelo saudoso Moraes Sarmento. Nesse programa, Limeira e Zé Coqueiro interpretaram grandes sucessos da dupla e Luizinho, já com a voz sumida, relembrou fatos da carreira e acompanhou os irmãos tocando o violão.

Luizinho também chegou a formar em 1982 uma dupla com o compositor Jeca Mineiro, aparecendo na capa do disco e com alguns dos grandes sucessos dos dois renomados compositores, tais como "Dama de Vermelho" (Jeca Mineiro e Ado Benatti), "Pé na Tábua" (Ado Benatti, Luizinho e Comendador Biguá), "Não Beba Mais Não" (Jeca Mineiro e Orlandinho), "Felicidade de Matuto" (Jeca Mineiro e Prof. Gilson), além do famosíssimo "Fuscão Preto" (Jeca Mineiro e Atílio Versutti), sendo que nessa gravação, a introdução instrumental começa com um toque da famosa "buzininha" original do Fusca. No entanto, a voz que cantou com Jeca Mineiro foi na verdade a voz do Zé Coqueiro, irmão de Luizinho.

Chegou a ser lançado em 1982 pela Chantecler (hoje Warner Music) aquele que veio a ser o último LP, contendo algumas gravações de antigos sucessos tais como "Pretinho Sábio" (Palmeira e Teddy Vieira) e "O Menino da Porteira" (Teddy Vieira e Luizinho). O disco foi uma compilação de grandes sucessos de "Luizinho, Limeira e Zezinha" e eram gravações antigas, já que o trio não havia entrado em estúdio para fazer esse trabalho.

Além do câncer na garganta, um grave problema respiratório emudeceu Luizinho, que "passou para o andar de cima" em 1983. E, com isso o trio se desfez para sempre, já que, após o falecimento de Luizinho, a "Imperatriz da Harmônica" se afastou totalmente da vida artística.

Limeira passou a dar aulas sobre produtos cosméticos, enquanto que Zezinha se aposentou, tendo se mudado para Perdizes-SP, onde veio a falecer em 11/05/2002.

"Para matar a saudade de seus fãs", Limeira se apresentou no "Viola Minha Viola" no ano de 2001, onde cantou com Inezita Barroso, apresentadora do programa.

Texto: Sandra Cristina Peripato

Fonte: www.boamusicaricardinho.com

www.recantocaipira.com.br

3 comentários:

  1. Meus parabéns ao administrador do site . Aqui com certeza só tem o melhor da musica brasileira

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  2. Não consigo baixar essa coletânea. Reponham o link, perlo amor de Deus!!!

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