É comum ouvir cantadores que, além da falta de respeito em não dizer os nomes de autores e compositores, ainda cantam de qualquer jeito, trocando palavras e tirando, muitas vezes, a coerência do texto, alterando o sentido da mensagem ou tornando-a em algo de ficção.
Vejam, por exemplo, como muita gente canta a música “Meu Pequeno Território” letra de minha autoria, gravada por Eli Silva e Zé Goiano, e encontrada no link abaixo:
http://www.letras.com.br/#!eli-silva-e-ze-goiano/meu-pequeno-territorio.
Ele então me respondeu
Desculpe a minha franqueza
Eu vim trazer um recado
Que vai lhe causar tristeza
Suas terras estão marcadas
O senhor não tem defesa
Tirou da pasta um projeto
Me explicou com clareza
O senhor tem que mudar
O seu sítio vai ficar
Sobre as águas da represa.
SOBRE significa EM CIMA. Impossível o sítio ter boiado, ficando em cima d’água. Absurdo!
O correto é SOB; embaixo d’água. Pelo amor a Deus, não me façam mais isso…
Se já não bastasse os produtores da gravadora MM terem tirado a coerência do texto da primeira estrofe da música da música, ainda tenho que ficar lendo e ouvindo esses absurdos.
Abaixo, primeiramente, a estrofe escrita por mim; depois a modificada pelos produtores da MM, grifadas em vermelho:
Eu tinha meu sítiozinho
Nas margens do Rio Tietê
Pequeno MAS no tamanho
Ideal prá se viver
Ali criei a família
Vi cada filho crescer
Confesso nunca pensei
No que veio acontecer
Por um preço irrisório
Meu pequeno território
Tive que um dia vender.
Eu tinha meu sítiozinho
Nas margens do Rio Tietê
Pequeno só no tamanho
Ideal prá se viver
Ali criei a família
Vi cada filho crescer
Confesso nunca pensei
No que veio acontecer
Por um preço irrisório
Meu pequeno território
Tive que um dia vender.
PEQUENO, MAS NO TAMANHO IDEAL PARA SE VIVER…
PEQUENO SÓ NO TAMANHO IDEAL PARA SE VIVER… (totalmente incoerente)
O que quase sempre faltou e falta nas gravadoras são produtores para corrigirem essa aberrações que acabam esculhambando com a Música Caipira. Na linguagem musical, assim como na comunicação popular em geral, não se usa a linguagem formal (culta), mas ssim a linguagem informal (coloquial), mas é preciso coerência.
Observem a linguagem do Geraldinho no caso da bicicleta: ela foi alterando a tuada (aumentando a velocidade); minguando a tuada (diminuindo a velocidade); trem de minguar a tuada (freio). Já imaginaram esse caso sendo contado por alguém da Academia Brasileira de Letras, na linguagem Culta?
Outra letra de minha autoria, ainda não gravada, mas já esculhambada por alguma pessoas.
Escrevi:
“Um caboclo sempre tem
Uma viola e mais alguém
Que lhe inspiração…”
Cantam:
“Um caboclo sempre tem
Uma viola e mais alguém
Que lhe expiração…”
O pior de tudo é que um “produtor” de uma certa gravadora, diz que o correto é EXPIRAÇÃO.
Essa ele não grava!
por favor me fale o nome do compositor de meu pequenoterritorio
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