Geraldinho Nogueira, nasceu em 1918 na fazenda Aborrecido, onde residiu por alguns anos. Viveu muito tempo na fazenda Nuelo, no município de Bela Vista de Goiás.
Conhecido como “Geraldinho,” casou se com Joana Bonifácio e tiveram os filhos: Alcides, João, Divino, Dalva, Benedita, Sebastiana, Aparecida e Sebastião.
Geraldinho era assíduo participante de Folias de Reis onde dançava catira, e tocava sua viola e também alegrava as pessoas com seus causos.
No ano de 1984, foi descoberto artisticamente por José Batista e Hamilton Carneiro, que o levaram para as emissoras de televisao, tornado-o conhecido nacionalmente.
Geraldinho Nogueira participava de Programas como “Frutos da Terra” e propaganda como a da “Caixego”, trabalhos estes, que o tornaram popularmente conhecido pelo povo brasileiro.
Anos depois de ser projetado nacionalmente e seu trabalho reconhecido, Geraldo Policiano Nogueira faleceu em 1993.
-
Aááb! - Exclamação correspondente a "Ave Maria", "Aáááh!...Maria Credo".
-
Abancamos - Sentamo-nos em bancos.
-
Abancar - Correr fugindo ou em perseguição de alguém.
-
Abrir-o-pala - Fugir correndo.
-
Acauan - Ave que se alimenta de reptis. Seu canto prenuncia a chuva.
-
Acabritada - Amulatada - Mestiça de branco e preto.
-
Aceiro - Terreno capinado ao redor da roçada a ser queimada.
-
Afincar o pé - Caminhar com energia. Correr.
-
Afiniz - Doce - Alfenim.
-
Agarrar ou Garrar - Principiar. Segurar. Tomar um caminho -"Garrei a estrada".
-
Agregado - Indivíduo que vive parasitariamente em terra alheia.
-
Agua-de-assucar - Agua com assucar.
-
Aguado - Diz-se do cavallo que adoece vendo os outros comer ou beber tendo elle fome e sede.
-
Aguia - Finorio. Intelligente. Astuto.
-
Aiva - Desorientado. Fóra de si. Misterioso. Esquesito. Sensação indefinivel.
-
Alentado - Robusto. Forte.
-
Alimá - Animal cavallar ou muar.
-
Aluncio - Annuncio.
-
Amarrano - Cão negaceando a presa. Preando a perdiz.
-
A'me! - Exclamativo: "homem"!
-
Amiudá - Diz-se quando os gallos vão diminuindo o canto ao amanhecer.
-
Amó-que - A modos que... Parece-me...
-
Amóde - Por causa de...
-
Andasso - Epidemico.
-
Antónho Conseiêro - Pantomima extrahida da grande tragedia bahiana em que o governo chacinou sem razão os sertanejos chefiados pelo caipira Antonio Conselheiro.
-
Anún - Pássaro preto insectivoro, que acompanha os animaes no campo. Há tambem o "anún branco".
-
Anún - ficar de - Nú.
-
Apalermado - Boquiaberto. Abobarrado.
-
Aparêio - Isqueiro, pedra de fogo de fuzil. Apparelho de fogo.
-
Após-as-aguas - Depois das chuvas. Aguas, tem o sentido de "chuvas".
-
Aporrinhar - Cacetear. Amolar. "Ser páo". Vem de porrete.
-
Ara. . . se - O'ra. . . se. . . Vale a pena
-
Araponga ou Guaraponga - Ave cujo canto imita o retinir do martello na bigorna, entre sons similhantes aos produzidos por lima, ao se afiarem as grandes serras "traçadeiras". Chamam-lhe porisso o "Ferreiro" ou "Serrador": "Gúiraponga", do tupy-guarany.
-
Araribá - Arvore grande.
-
Arejar - Estupôr no cavallo que apanha golpe de ar estando suádo.
-
Arimbá - Vasilha de barro.
-
Arisca - Mulher facil. Esposa infiel.
-
Arriba! - Acima! "Arriba o samba"! Sús!
-
Arrebentado - Fallido. Empobrecido.
-
Arrendado - (animal) - Descadeirado. Animal de montaria que, forçado pela redia e espora, deixa o trote natural, para marcha, transformando-se assim um "trotão" em "marchador". A definição dada noutros volumes está errada). -Nota do Autor.
-
Arrotar - Fazer-se valente. Provocar com arrôtos e escarros. Gabolice.
-
Arrudado - Zangado. Impulsivo. Bravo
-
Arma-penada - Duende. Assombramento. Espirito que paira sem destino.
-
Arma do padre Aranha - Celebre assombração que perseguia os tropeiros.
-
Arvado - Parte em que se encaba a foice.
-
As-coisa-feito - Feitiçaria. Magia negra. Bruxaria.
-
Atiçar - Açular. Instigar. Compellir.
-
Atripeçar - Sentar-se em tripeça.
-
Atrodia - (istrodia - strudia - trodia - estrodia) - Noutro dia. Ha poucos dias.
-
Avacalhar-se - Desdizer-se. Retratar-se. Abandonar seus companheiros em politica, sem-vergonhamente, a pretesto de tranzigencia.
-
Aviamento - Apetrecho para a caçada. Polvora, chumbo e espuletas.
-
Azeite de carro - Oleo grosso de mamona.
-
Azeitinho - Oleo de ricino, purgativo.
-
Azoretado - Irritadiço. Nervoso. Zangado.
-
Azucrinado - A mesma coisa que "Azoretado".
-
Bacaiáu - (Bacalhau). Instrumento de tortura usado noutros tempos contra escravos. Era um mixto de relho e chicote, com quatro tiras de couro no extremo, em logar da tala.
-
Bacazio - Tiro forte, com grande estampido.
-
Baderna - Bebedeira acompanhada de desordem.
-
Bagre - Peixe de couro.
-
Baguá - Bagoal. Cavalo inteiro. Grande. Volumoso.
-
Bandeirantes - Desbravadores dos sertões brasileiros eram, geralmente, paulista de tempera jamais igualada, pois sem estradas e bussolas, percorreram todo o Brasil á cata de ouro e pedras preciosas. Levaram os hespanhóes até o Rio da Prata e chegaram a collocar marcos de posse em pleno centro do Perú. Os bandeirantes demarcaram as fronteiras da Patria, dilataram a Nação, e fizeram o Brasil. Muitos delles só se dedicavam á escravisação dos indios.
-
Bangué - Padiola em desuzo, podendo transportar uma familia. Tinha quatro cabeçalhos para um animal em cada ponta, sendo carregada suspensa sobre dois animaes.
-
Banzé - Desordem. Conflicto. "Rôlo".
-
Banzativo - Preocupado. Pensativo. Triste.
-
Bacapary - Deliciosa fructa sylvestre, trepadeira, menor que a jaboticaba.
-
Barba-de-bode - Capim (graminea) de terra exgotada. Marca de terra ruim.
-
Bardeado - Transportado.
-
Barróca - Despenhadeiro. Valle. Grota. Sulco profundo na terra.
-
Batuira - Ave ribeirinha, pernalta, a que tambem chamam "monjolinho" ou "monjoleiro".
-
Bate-pé - Dansa cabocla. O mesmo que "sapateado", "cateretê ou "catira".
-
Batê-bocca - Discussão. Altercação.
-
Batuque - Dansa de pretos. Formam roda de sessenta e mais pessoas, que cantam em côro os ultimos versos do "cantador" e ao som dos tambús, - tubos de madeira com uma pelle numa das extremidades e que produz sons altos com diversas graduações, - requebram e saltam homens e mulheres, dando violentas umbigadas uns contra os outros. Usa-se tambem nessas dansas, o quingengue - semelhante ao tambú, tendo inteiriça a metade do volume. O compasso é marcado também com palmas. - Hoje raramente dansa-se o batuque. Confundem-no com o jongo e este com o samba. . . Batuque é dansa de negros e o samba é dansa de caboclos...
-
Bão-de-sá - Bem temperada (comida).
-
Bebudo - beudo - Alcoolisado. Embriagado.
-
Beicinho - Movimento de pouco caso com os labios. Distensão do labio inferior, prenunciando chôro e desaponto.
-
Bentinho - Medalha com imagem benzida pelo padre romano.
-
Berne - Verme que se introduz na pelle das aves e no couro dos animaes.
-
Bitatá - Fogo fatuo. Do tupy guarany: "Mboytatá" - mboy:cobra, - tatá: fogo. Diabo. Espirito dos não baptisados.
-
Birro - nome onomatopaico de um passaro que procura para habitação casas e igrejas velhas.
-
Boava - Portuguez, no sentido pejorativo. Do tupy guarany "Amboabaê" - pessoa estranha.
-
Bobagem - Tolice.
-
Bocage Palavriado insultuoso e depravado.
-
Bocó - Vasilha feita de couro ou crosta do tatú: sem tampo o bocó está sempre aberto, d'ahi chamarem "bocó" ao "bocca-aberta", palerma ou bobo, ou "bobó".
-
Bocó - Pateta.
-
Bodoque - Arma rustica de pau em arco, com cordas e malha para arremesso de pedras ou pelote de barro.
-
Bolantim - Circo de cavallinhos. Artista equestre ou gymnasta.
-
Bolo - Pancada com a mão, palmatoria ou regua, na palma da mão.
-
Botá-a-cuié-torta - Intrometter-se onde não é chamado.
-
Bóto - (a faca) - Metto a faca.
-
Botá - Pôr. Collocar.
-
Braba - Bravia - (Sertania) - Inculta, desconhecida.
-
Branca - Aguardente de canna.
-
Bragado - Cavallo manchado de branco e zaino.
-
Brascuiá - Vasculhar.Remexer no fundo do bolso.
-
Broca - Ferida profunda que só ataca as mãos, não os pés, do cavallo ou burro.
-
Bruaca - Grandes bolsas de couro crú, para transporte em lombo de animal - Duas bruacas formam o cargueiro.
-
Bruaca - (pejorativo) - Mulher velha, imprestavel.
-
Bufar - Dizer-se valente.
-
Bugio - Macaco barbado. Engenhoca para canna; produz sons na moagem iguaes ao roncar do bugio.
-
Bugre - Selvicola - Indio do Brasil.
-
Buquinha - Beijo.
-
Buré - Sopa do caldo de milho verde.
-
Burcão - Bulcão - "Cummulus" prenunciadores de chuvas.
-
Burbuia - Bolhas de ar que sóbem á tona d'água; bolhas de puz. Do tupy-guarany "bubúi": sobre-nadar.
-
Buta - (comer) - Ser logrado, enganado. Butia, é um vegetal medicinal, muito amargo; o estrangeiro, metido a sabichão, ao ver-lhe o fructo, colhe, elogia-lhe a doçura e. . . mete-lhe os dentes. . . Comeu Buta. . . a fructa é amarga.
-
Buxa - Logro, velhacamente preparado num negocio ou barganha.
-
Cabeça secco - Soldado da policia.
-
Caboclo - Caipira cor de cuia ou cobre, descendente dos bugres.
-
Cabra - (bom, valente, sarado, etc.) - Individuo.
-
Cabra - Mulato, ou mulata.
-
Cabrita - Mulata nova.
-
Cabreúva - Madeira de lei tambem chamada Oleo ou balsamo.
-
Cabórge - Força mysteriosa. Valentia sobrenatural. Força occulta proctetora do valente.
-
Caça - Animaes selvagens.
-
Caça foice - Vagabundo. Homem inutil.
-
Cadorna - Pequena perdiz - codorna.
-
Caguira - Azar. Caiporismo. Medo.
-
Cahidas - (mulheres). Apaixonadas.
-
Caieira - Monte de lenha que, logo depois de aceza, toma o nome de fogueira.
-
Caiçara - Caboclo ruim, incorreto. Não uzam os caipiras do planalto a expressão caiçara, como denominação de caipira da beira-mar. No tupy guarany, "caaiçá" quer dizer "cerca de ramos a que se recolhem os peixes pescados". "Caí" tambem quer dizer o gesto do macaco tapando o rosto. . . Gesto commum ás crianças, caipiras. . . Caiçára tambem quer dizer trincheira, paliçada, arraial.
-
Caipira - Por mais que rebusque o "etymo" de "caipira", nada tenho deduzido com firmeza. Caipira seria o aldeão; neste caso encontramos no tupy guarany "Capiabiguára". Caipirismo é acanhamento, gesto de occultar o rosto; neste caso, temos a raiz "caí" que quer dizer: "Gesto do macaco occultando o rosto". "Capipiara", quer dizer o que é do mato. "Capia", de dentro do mato: faz lembrar o "capiáu mineiro. "Caapi", - "trabalhar na terra, lavrar a terra" - "Caapiára", lavrador. E o "caipira" é sempre lavrador. Creio ser este ultimo caso mais acceitavel, pois, "caipira" quer dizer "roceiro", isto é, lavrador.
-
Sinonimos de "caipira" conheço apenas os seguintes-"Capiáu", em Minas; "quejeiro", em Goyaz; "matuto", Estado do Rio e parte de Minas; "mandy", sul de S. Paulo; guasca ou gaúcho no Rio Grande do Sul; "tabaréo", Districto Federal e alguns outros pontos do paiz; "caiçara", no litoral de S. Paulo e em todo o paiz, "sertanejo".
-
Caipóra ou capóra - Infeliz - Do tupy-guarany: "Caapó" -mateiro. Pessôa do mato. Duende sertanejo, protector das caças, anda montado num grande porco selvagem.
-
Calhambóla - V. canhimbóra.
-
Caimbra - (doença). Camaras.
-
Cambuquira - Grelos, brotos de aboboreira.
-
Campear - Procurar.
-
Cambetear - Andar tropegamente. Empurrado, correr sem querer batendo uma perna na outra, quasi cahindo.
-
Cambaio - Perna torta. Que puxa por uma perna no andar.
-
Cambito - Pernil de porco. Peça para apertar correias e arreios.
-
Camera - Camara Municipal.
-
Canelleira - Arvore imponentemente alta.
-
Canhimbóra ou Canhambóra - Escravo fugido, tornado selvagem nas matas. Do tupy-guarany - "cañybó": o que foge muito.
-
Canfrô - Alcanfora.
-
Candimba - Lebre.
-
Comatio - Corda de viola.
-
Capêta - Diabo - Satanaz.
-
Capoeira - Mata de foice, ou mata nova nascida depois de derrubada a mata virgem. Do tupy-guarany: "Caa - mata- "poera" - que foi.
-
Capoeirão - Capoeira grossa quasi como mata-virgem: "capoeira de machado".
-
Capim - Graminea - Do tupy guarany "Caapim".
-
Carpir - Cortar cerce o pequeno mato. Tupy-guarany, "Caapi".
-
Carapina - Tupy-guarany Carpinteiro.
-
Carona - Peça de couro collocada sob o arreio e sobre os baixeiros. Gozar sem pagar um divertimento.
-
Carpa - Capinação.
-
Capanga - Indivíduo assalariado para guarda de alguem, e que obedece quando o pagante manda agredir ou matar. Em Minas, Goyaz e Norte, tambem têm o nome de "jagunço".
-
Capanga - Pequeno sacco que se traz a tiracollo.
-
Cardume - (de peixe) - grande quantidade.
-
Cardósa - Feminino de Cardoso, como Ribeira o é de Ribeiro.
-
Carreiro - Trilho feito e seguido pelas caças.
-
Carreira - Rima obrigatoria nas danças caipiras. Ha a carreira do "Sagrado" (toda a rima em ado), ha a de S. João, do Itararé, do Marruá etc.
-
Carancho Ave de rapina. O maior dos gaviões.
-
Carreação - Diarrhéa. Desinteria. "Destempero".
-
Carreador - Caminho improvisado na lavoura para se tirar em carros o producto da lavoura.
-
Catingueiro - Variedade de capim. Pequeno veado.
-
Caugdo ou Cáudo - Cágado.
-
Cavorteiro - Velhaco.
-
Caraminguás - Miudezas. Dinheiro miúdo achado no fundo da algibeira ou da mala. Tupy guarany: "Carameguá" -caixa ou cesto para miudezas.
-
Catira ou Cateretê - Dansa de caboclos formando duas linhas de seis ou mais pessoas, dois a dois, frente a frente, com violas. Cantam em dueto os cantadores seus amores ou os factos principaes do bairro e redondezas, respondendo o côro, sapateando nos intervaílos sob compassos marcados a palmas. O som dos pés no chão e as palmas formam variada musica.
-
Casaca de ferro - Empregados encasacados de circos de cavallinhos. Serventes encasacados.
-
Cassununga - Pequena e bravíssima vespa.
-
Catirina - Prostituta.
-
Cavado - (amigo, dinheiro). Arranjado. Conquistado.
-
Cerne - Amago da madeira. Pau que dentro d'agua não apodrece. Estar no cerne (homem) resistir o tempo; não envelhecer.
-
Cêrto de bocca - Cavallo adestrado e docil ás redeas.
-
Cerrado ou cerradão - Mata rachitica e escassa em terras que absolutamente nada produzem; nem capim de bôa qualidade.
-
Cerigote - Arreio semelhante ao lombilho.
-
Ceriema - Ave pernalta dos campos.
-
Cerelepe - Espécie de esquilo. Canxinguelê, do Norte.
-
Chavié ou xavi - Desinchabido - Desapontado.
-
Chan-chan - Ave trepadora que com seu canto avisa a approximação de alguem, avisando o caipira. É nome onomatopaico. "Cão-cão", do Norte e "Can-can", dos bugres.
-
Chabó - Andorinha grande de cabeça chata. Taperá-guassú.
-
Chapadão - Crapada - Rechã - Planalto. Araxá.
-
Charrôa - Remate de uma obra de couro trançado.
-
Chimbica - Jogo de cartas tambem chamado manilha.
-
Chimburé - Peixe de escamas, d'agua doce.
-
Chico-lerê - Passaro patéta. . . Paulo-pires; jucurêrê.
-
Chichica - Escremento. Sujidade.
-
Chiqueirador - Grosso relho com cabo de madeira em forma de chicote.
-
Chimbéva (homem). Nariz chato, do tupy guarany: "Ti": nariz; "péva": chato.
-
Chilenas - Esporas grandes.
-
Chilipe - Carcere.
-
Chilique - Desmaio.
-
Choren - Cão sarnento. Gafo.
-
Chuva - Bebado - Alcoolico.
-
Chuãã - Cesto ponteagudo para transporte de fructas. É tupy guarany.
-
Chucro - Bebado - Cavallo não domado ou amansado.
-
Chupim - Passaro preto menor que o vira-bosta. Come os óvos do tico-tico e põe os seus no lugar, criando o tico-tico os filhos do chupim, apesar da enorme differença. O tico- tico é rajado e o chupim é preto.
-
Chupim - Marido de professora quando sustentado por ella.
-
Chumbeado - Bebado.
-
Cobre - Dinheiro mesmo em papel moeda.
-
Cócre - Pancada com os "nós dos dedos" na cabeça, tendo a mão fechada.
-
Cócre de - Cocoras. Sentado sobre os proprios calcanhares
-
Cogote - Toutiço, cangote.
-
Coivara - Galhos e ramos que resistiram o fogo das queimadas, ficando apenas com as cascas queimadas ou chamuscadas. Geralmente os autores têm confundido "coivara" com "encoivarar", que quer dizer reunir as "coivaras" para queimar, afim de "destrancar" a roça.
-
Colondria - de ladrão - Quadrilha de ladrões.
-
Como que - Extremamente.
-
Comeu-chão - Venceu grande distancia, em marcha.
-
Consoante - De accordo. Conforme.
-
Convencido - Soberbo. Emproado. Vaidoso.
-
Coró - Verme. Bicho de pau pôdre.
-
Coróte - Ancorote. Vaso de madeira em fórma de pequeno barril portatil a tiracolo.
-
Corymbatá Peixe de escama, papa-terra.
-
Corpo. - Cadaver.
-
Corruira - Passarinho caseiro insectivoro. Carriça - Cambaxirra, do Norte. Ha a "corruira d'agua" que faz seus ninhos labyrinthicos de milhares de pausinhos, impenetrável para as cobras e mais inimigos.
-
Criozena - Petroleo, Kerozene.
-
Cren-dós-padre - Creio em Deus, Pae.
-
Crioulinhos (Em desuzo) - Pretinhos, filhos de escravos.
-
Cria - (estar com) - Filho novo de animal cavallar, caprino, ovino ou bovino.
-
Curupira - (No tupy guarany não ha r forte). Duende selvagem. do Norte, pouco conhecida é a sua lenda em S. Paulo.
-
Cuzarruim ou Coiza-ruim - Satanaz - Diabo.
-
Curió - Passaro canoro dos pantanaes.
-
Cuja - A metade de um porungo ou cabaça.
-
Cuitélo - Beija-flor. Colibry.
-
Cuipeva - Colhér.
-
Cuipé - Pá de madeira para o forno.
-
Cuéra - Decidido. Valente. Bom. No tupy-guarany quer dizer convalescente.
-
Cuiára - Habil no jogo. Velhaco. Espertalhão. Rato silvestre.
-
Cumieira - Parte mais elevada da casa.
-
Currução - Molestia nervosa. Deita-se a victima, sem dores, e não ha o que a faça deixar o leito. Come se lhe dão comida, sinão, pouco se incomoda.Há moléstia semelhante que na França chamam "corru".
-
Cumerações - Calculos.
-
Curtindo - Suportando, triste, uma paixão ou ciume.
-
Curiango - Ave nocturna.
-
Cururú - Dansa em que tomam parte os poetas sertanejos, formando roda e cantando cada um por sua vez, atirando os seus desafios mutuos. Os instrumentos usados são: a "puyta", (Instrumento africano trazido pelos escravos), rouquenha, em forma de um pequeno barril tendo o fundo de couro de cabra com uma varinha ao centro; a trepidação produzida com um panno molhado empalmado pelo executante, produz o som, um verdadeiro ronco; o "réqueréque" que é um gommo de bambú, de meio metro, dentado, em que o tocador passa compassadamente uma palheta do mesmo vegetal, secco; o "pandeiro", os "adufes", e a celebre "viola". Os "cururueiros" cantam sem amostras de cansaço, desde o anoitecer até o amanhecer.
-
É uma dansa mixta do africano e do bugre.
-
Eá! - Exclamação uzada pelas mulheres, quando muito admiram. Montoya registra no seu livro: "Lingua Guarany" essa exclamação só uzada pelas mulheres.
-
Eito (de tempo) - Extensão. Pedaço. Parte da lavoura entregue ao capinador.
-
É mão - Occasiáo (de se ir embora). "É mão de trabaiá".
-
Embira - Resistente fibra da madeira chamada jangada.
-
Embira - (Estar na) Preso. Atado. Coberto de dividas.
-
Encamboiado - Ligado dois a dois. Encomboiados.
-
Encrenca - Embrulho. Desordem. Atrapalhada. Pendencia.
-
Ençampar - Enganar. "Çampa", quer dizer mentira.
-
Encambitar (atraz delle) - Correr em perseguição de alguem.
-
Enfiar a agua no espeto - Vadiar.
-
Engrovinhada - Paralitica. Engrossamento de articulações. Mirrada.
-
Entojado - Cheio de si. Vaidoso. Emproado.
-
E... puca - Exclamação de gabolice.
-
Erpe - Expressão de gabóla - Venci! ê cabra erpe na lucta!"
-
Escórva - Exercicio. Experiencia de forças dos gallos de briga.
-
Escorvar - (A espingarda). Fazer explodir a escórva para enxugar o "ouvido" da arma. Exercitar-se para experimentar as forças.
-
Escopa - Jogo de cartas introduzido pelo italiano, no sul do Brasil.
-
Escorar - (um homem). Enfrentar o inimigo, fazendo-o parar.
-
Escóra - Pé direito. Apoio para que uma parede ou objecto não caia.
-
Esculpido - Muito parecido.
-
Espera - O mesmo que "ésse". Logar onde se espera a caça. Pau em que se engancha o cabéçalbo de carro.
-
Espigão - Planalto.
-
Espigado - Rapaz de corpo direito. Desenvolto.
-
Esparrela - Armadilha para passaros composta de lacinhos de cedenho sobre uma tabua.
-
Esquentado - Impulsivo.
-
Esquesito - Fóra do natural. Não commum.
-
Esquisitice - Sensação extranha. Excentricidade.
-
Ésse - Travessa no boccal do punhal ou faca, com a fornia da letra S.
-
Essa ua - Expressão muito uzada: "Este um" - "aquelle um", em lugar de este ou aquelle.
-
Estaqueô - Parou bruscamente.
-
Estanhados (olhos) - Fixos.
-
Estirão - Trecho de rio, em recta.
-
Estaca - Pau fincado na parede á guiza de cabide. Pau fincado na lavoura para marco de lugar em que tem de ser plantado o café ou a vinha.
-
Estiada - Paragem momentanea da chuva no tempo das aguas, prosseguindo logo a chuva.
-
Estranja - Estrangeiro.
-
Estaqueá - Parar bruscamente. Cahir morto.
-
Estrupicio - Grande quantidade. Asnice.
-
Esturdio - Esquisito. Fóra do commum.
-
Esturdinario - Extraordinario.
-
E-vê - Parece-me. Parecido. Similhante.
-
Envidado - Enganado. "Não sou eu; o sr. se envidou".
-
Gadeiúda - Cabelluda. Guedelhuda. Cabellos em desordem.
-
Gabiróba - Especie de pitanga. Fructinha tambem chamada "Guabiroba".
-
Gafeira - Doença que derruba o pello dos animaes.
-
Garapa - Caldo de canna de assucar.
-
Garrar - Tomar (um caminho). Começar (a pensar).
-
Garraio - Novilho enfêzado e rachitico.
-
Garupa - A anca do animal arreado.
-
Gateado - Cavallo assignalado de branco e amarelíado.
-
Gavião - Ave de rapina. A parte volteada interna da foice.
-
Gaúcho - Vivedor. Parasita. Filante. O caipira paulista chama o rio-grandense do sul: sulista; paranaense: paranista; a todo o nortista, baiano; não fazendo referencias aos catharinenses, que são raros nos outros Estados.
-
Geringonça - Qualquer machinismo complicado.
-
Geribita - Pinga. Aguardente.
-
Giráo - Tablado alto para deposito de algodão e cereaes.
-
Górpe - Gole grande. Trago.
-
Golpeão - Idem. Serra grande, braçal.
-
Gróta - Valle. Furna. Despenhadeiro.
-
Guaiavada - Doce de goiabas. Pantomima sobre a vida em Campos, terra do assucar, cognominada "Terra da goiabada".
-
Guaiava - Goiaba. Fructa silvestre brasileira.
-
Guapé - Planta aquatica trazida do Amazonas para o Tietê pelo grande brasileiro, mais digno que qualquer outro de uma estatua, o general Couto de Magalháes, o maior dos sertanistas brasileiros, um dos primeiros a descrever nossos sertões, registando lendas e brasileirismos. "Aguapé", no tupy-guarany, quer dizer "Aguá" - redondo, "pé" -chato. Formato do vegetal de folhas chatas. A raiz do "Guapé" e igual a uma cabelleira, não vem, pois, fóra de proposito outro "etymo": "Agua" - cabellos; "pé" -chato. Chato e cabelludo.
-
Guarapa - Agua com assucar preto ou escuro.
-
Guariróva - Palmito amargo. Do tupy-guarany. "Iróba" -amargo.
-
Guaratan - Madeira propria para postes e cercados.
-
Guampa - Vazo de chifre em que o viajante toma agua.
-
Guampudo - Cornu do. Gran p...
-
Guanhacy - Vespas que fazem casas crespas de barro, tubulares.
-
Guainxuma - Vegetal. Aramina propria para vassouras.
-
Guasca - Corrêa do relho. Açoite. Camponez riograndense do sul.
-
Guascadas ou guascaços - Relhadas.
-
Guaraiuva - Madeira propria para lenha.
-
Paió - Depósito de milho.
-
Paineira - Arvore que produz a paina, fibra mais alva que o algodão.
-
Palmito - Parte da palmeira de onde sahem as folhas, amago, uzado como optimo alimento.
-
Palanque - Pau roliço fincado no meio do terreiro onde se amarram animaes chucros para curar ou encilhar.
-
Pala - Chale manto furado ao centro, para homem.
-
Pamonam - Abobarrado. Lerdo. Grosso excremento humano.
-
Pamonha - Bolo de extracto de milho verde. Pateta. Bobo. (azeda) Idiota.
-
Pampa - Cavallo com grandes manchas brancas pelo corpo.
-
Panca - Alavanca. (Dar -) Dar trabalho. "Venci mas deu panca".
-
Panquéca - Vadiação. "Dolce far niente".
-
Pangaré - Cavallo de cor entre alazão e zaino claro.
-
Papuan - Variedade de capim.
-
Paqueiro - Cão caçador de paca. Rufião.
-
Pareiada - Faca com cabo e bainha de prata.
-
Pareiado - Tudo que é trabalhado em prata. "Zarreio pareiado": Arreio prateado.
-
Parêlhas - Corrida de cavallos em raia recta para dois animaes.
-
Passageira - Trem diurno de passageiros. Com o estabelecimento dos nocturnos já os caipiras não dizem a passageira, mas "urno" (diurno) e "turno" (nocturno).
-
Passarinhar - Caçar passaros com bodoque. Com espingarda é"matar passarinho".
-
Passarinheiro - Cavallo de vista curta que, se assustando, foge bruscamente derrubando o cavalleiro.
-
Passando estreito - Vivendo com grande difficuldade.
-
Patrona - Bolsa de couro, a tiracollo, com chumbeiro, polvarinho, etc.
-
Patativa - Passaro canoro dos banhados.
-
Patuá - Pequeno envolucro contendo orações, reliquias e pedras sagradas que os caipiras caboclos e pretos trazem ao pescoço.
-
Pau-de-fumo - Pejorativo - Negro. Paula-Souza - o chumbo mais grosso que ha. Perdigoto.
-
Pé de moleque - Rapadura com amendoim torrado.
-
Pé d'ouvido - Golpe de mão aberta sobre o ouvido do adversario.
-
Pellega - Cedula de papel moeda.
-
Peceta - Cavallo mau corredor.
-
Pengó - Capenga apalermado.
-
Pereréco - Briga cheia de peripecias.
-
Pereréca - Sem parada. Bater de azas do passaro ferido -Do tupy-guarany pererég". Certa busina de automovel.
-
Perna-molle - Fracalhão. Medroso.
-
Piaba - Peixe d'agua doce, de escama.
-
Pião - Domador de cavallos.
-
Piché - Do tupy-guarany - (Odor a chamusco). Leite piché-queimado.
-
Picuman - Fuligem.
-
Picada - Caminho improvisado nas matas.
-
Pica-pau - Ave trepadora. Espingarda de um só cano de carregar pela bocca.
-
Picaço - (Cavallo) Pigarço.
-
Picaço - Carrapato estrella.
-
Pida - Do verbo pedir, corresponde a "peça-lhe".
-
Pileque - Bebedeira.
-
Pinho - Viola.
-
Pinga - Aguardente de canna.
-
Pinicão - Dentada do peixe na isca.
-
Pindacoema - Anzol de espera: isca-se á tarde ou á noite e vae-se visital-o cedo. Do tupy-guarany: "Pinda", anzol -"Coe" amanhecer.
-
Pinduca - Rima para Juca. Brincam as crianças provocando os José: - "Juca, pinduca; ladrão de assuca".
-
Pinchum - pincham - Jogam fóra. Desprezam.
-
Piquete - Pequeno pasto cercado.
-
Piquira - Cavallo pequeno e fino. Peixinho.
-
Piranha - Peixe de dentes aguçados e raivoso.
-
Piracanjuba - Peixe de escama, d'agua doce. Do tupy-guarany: "Pira", peixe - "acã", cabeça - "juba", amarella.
-
Piroá - Milho de pipoca não arrebentado. "Piruá", bexiga, no tupy-guarany.
-
Piririca - Pelle aspera e trincada devido a falta de asseio.
-
Piracêma - Migração de peixes.
-
Pirapóra - Tupy-guarany; logar onde o peixe pula.
-
Pitanga - Fructa do campo - "Guabirapitã", dos indios.
-
Pitiço - Cavallo pequeno e grosso.
-
Pisadêra - Pezadelo. Duende representado por uma velha esqueletica de garras aduncas que está sempre sobre o telhado prompta a poisar sobre o peito de quem dorme de costas.
-
Pito - Cachimbo. Descompostura.
-
Piuca - Pau podre.
-
Piuva - Pau proprio para porrete, por ser muito resistente.
-
Plomonia - Pneumonia.
-
Poáia - Individuo cacete. Planta medicinal - vomitorio.
-
Poiá - Fogão.
-
Pórte - Tamanho.
-
Pola - Pela - Pela certa: "pola certa".
-
Potro - Poldro - Cavallo novo não castrado.
-
Porunga ou porungo - Cabaça.
-
Podão - Pequena foice para corte de canna.
-
Porquêra - Desordem. Briga.
-
Poleiro - Cavallo velho e magro. Poleiro de corvo.
-
Poita - Pedra ou qualquer peso que sirva de ancora.
-
Poitar - Ancorar.
-
Pontear - (a viola) Tirar acordes.
-
Ponche - Capa de roda inteira com abertura ao centro para a cabeça.
-
P'ros quinto - Para os 5º dos infernos.
-
P'ramóde - Por amor de...
-
Pulmonia - Pneumonia.
-
Puia - Mentira.
-
Puçaguá - Panno com uma redesinha ao centro para pescaria de arrasto, de peixe miúdo.
-
Punga - Cavallo magro e velho, ruim.
-
Pulador - Cepos collocados de cada lado da cerca para que o homem pule o cercado e os animaes não possam passar.
-
Pururuca - Quebradiço. O couro torrado de leitôa é "pururuca".
-
Sabiá - Passaro canoro.
-
Sacy - Duende representado por um negrinho, moleque de seus onze a doze annos, de uma perna só, sempre risonho, de olhos vermelhos, dentes salientes, topete alevantado, a arreliar quem passa, fazendo mil diabruras nas cruzes de estrada e encruzilhada, não perdoando cavalleiro que passe á noite de sexta-feira: trepa-lhe na garupa a fazer-lhe cocegas puxando o cavallo pelo rabo. À noite vae trançar a crina dos cavallos. Vêm-se realmente crinas trançadas tosca-mente. . . por morcegos.
-
Safada (terra) - Improductiva. Cansada.
-
Sahira - Passaro. Especie de sanhaço.
-
Sala-de-fóra - Sala de visitas.
-
Samba.- Dansa de caboclos. Nada tem com o jongo africano hoje dansado em todo o Brasil. O samba é dansa de caboclos, com violas, adufes e pandeiros. Ao canto e côro os dansarinos em tregeitos tiram as damas e estas aos cavalheiros, sem se tocarem, dansam e voltam aos seus lugares.
-
Samambaia - Vegetal da familia do feto. Praga das terras cansadas.
-
Sanhaço - Passaro frugivoro.
-
Sanhaçuira - Passaro da mesma familia do "sanhaço"; menor que este.
-
Sangrador - Regos nas estradas para desvio de aguas pluviaes.
-
Santa Luzia - Palmatoria para castigo (em desuzo).
-
São Gonçalo - Pessoa que faz o pedido de casamento.
-
Sapé - Vegetal com que se cobrem casas toscas no campo.
-
Sapecar - Tupy-guarany "çapec" - Chamuscar.
-
Sapicuá - Dois pequenos saccos ligados pelas boccas para se pendurar ao hombro.
-
Sapieira - Sarapilheira - Sapé e vegetaes seccos nas capoeiras de terra ruim.
-
Sapituca - Soluço - Impulsividade - ímpeto.
-
Sapo - Espectador no jogo ou divertimento.
-
Sapuá - Pequena área de terra cultivada.
-
Sapiroca - Que tem os olhos inflamados. Do tupy-guarany "çapiron", chorar.
-
Sara-cura - Ave pernalta ribeirinha. "Siri-cóia" no Norte.
-
Sarambé - Bobo - Idiota.
-
Sarado - Invencivel. Bom para tudo.
-
Saúva - Grande formiga devastadora de lavouras. A maior praga do Brasil.
-
Sastifa - Dar confiança. Dar explicação de um gesto. Dar satisfacção.
-
Secreta - Policia á paizana.
-
Sentenciado - Condemnado pelo jury.
-
Serraia - Verdura nativa nas lavouras. Optimo alimento.
-
Serigote - Arreio de montaria.
-
Serrar - (baralho) Misturar as cartas. Trançar.
-
Sinhá - (Em desuzo) Antiga proprietaria de escravos. Senhora.
-
Siá - Senhora.
-
Siô - Senhor.
-
Sô - Senhor.
-
Sôr - Senhor.
-
Sôres - Senhores.
-
Siriluia Formiga com azas, no tempo da procriação.
-
Siriri - A mesma cousa.
-
Sarará A mesma cousa. Ave de Mato Grosso. Conta-se que o sarará macho morre de paixão durante o choco da femea.
-
Siri-siri - Passaro amarello menor que o "bem-te-vi"!
-
Sitiante ou situante - Proprietario de pequena lavoura.
-
Sitio - Pequena lavoura.
-
Sirrino - Rindo com força.
-
Socado - Arreio parecido com o lombilho.
-
Sondá - Linha longa de pesca com chumbada para pesca em "poço", isto é, o lugar mais profundo do rio.
-
Sopé - Dourado pequeno.
-
Sucia - Festa no sitio - Córja - Sociedade commercial.
-
Sucre - Assucar.
-
Sunga-munga - Idiota meio paralitico.
-
Sufragante - Em flagrante.
-
Suguirá - Peixe da familia dos papa-terra.
-
Supricante - Individuo. Pessoa. Victima.
-
Surucuá - Ave da mata virgem.
-
Sururuca - Peneira grossa.
-
Suta - (Goyaz) Surpreza por um grupo de familias amigas chegando inesperadamente, á noite, á casa do fazendeiro, formando uma festa.
-
Tabôa - Junco proprio para esteiras. "Piri", dos indios.
-
Tacáro - (o pau). Deram bordoadas. Puzeram (na cadeia).
-
Tacar ou tocar - Atacar. Pôr em acção: "Tacar fogo".
-
Tacurú - Pedras para supporte de panellas e caldeirões, em cosinha improvisada. Vem do tupy-guarany "Ytácurú".
-
Tala - Chicote.
-
Tambiu - Variedade de lambary.
-
Tambú - Tambor oblongo para o batuque. O mesmo que "tambaque".
-
Tan-tan - Bobo. Em tupy-guarany: "Tapaná".
-
Taquara - Canna ôca, silvestre, mais delicada que o "bambú". Do tupy-guarany: "Taqua" canna ôca. "Taquaratin" ou "Taquaritinga" taquara massiça.
-
Tapéra - Casa velha abandonada. Do tupy-guarany: "Taba", casa povoada, "puêra", que foi. "Tapé", "tabapuêra" que foi moradia.
-
Taperá - Variedade de andorinha. Faz ninho em buracos nos barrancos e taperas.
-
Taperá-guassú - Andorinha grande. Chabó.
-
Tapiara - Estradeiro. Aguia. Velhaco. Ligeiro de mão.
-
Tapururuca - Pissarra. Terra em estado quasi de pedras quebradiças.
-
Tarecos - Objectos velhos. Miudezas estragadas.
-
Tassuira - Formiguinha cujas ferroadas são ardidas e dolorosas. Do tupy-guarany "Tacin".
-
Tarasca - Mulher assanhada, irrequieta, dada a engraçada.
-
Telha-vã - Telhado simples, sem embôço.
-
Tenda - Parte do engenho de canna onde ficam os tachos para o assucar.
-
Tento - Fita de couro com que se fazem obras trançadas.
-
Ter de seu - Possuir para viver sem grandes apertos.
-
Terereca - (Pião) Que tem a ponta rombuda e gira saltitando.
-
Tiguéra - Roça de milho depois de colhida. Talvez venha do tupy-guarany: "Abati" milho - "coéra" ossos; pois as cannas do milho dão impressão de ossos. Ossos do milharal.
-
Tirá-cipó - Fugir pela mata com o pretexto de tirar cipó em época de guerra.
-
Tira-prosa - Afamado. Valentão.
-
Tiririca - Capim damninho que ataca as lavouras.
-
Tóca - Covil. Buraco em que se escondem as caças. A mesma cousa que "Lóca".
-
Toeira - Corda de viola.
-
Tolete - (de fumo ou de pau) Pedaço roliço, curto e grosso.
-
Tovaca - Ave da mata virgem.
-
Trabuco - Espingarda de um canno, de carregar pela bocca,-grosso calibre, para salvas.
-
Trama - Barganha. Negocio.
-
Tranqueira - Coivaras velhas em meio da capoeira, impedindo o transito pela mata.
-
Traira ou taraira - Peixe pequeno, de escama, de tanques e ribeirões, feroz, de dentes aguçados.
-
Trapeira - Grande desordem.
-
Trem - Qualquer objecto. Individuo inutil.
-
Trenhera - Quantidade de objectos diversos misturados.
-
Trelente - Que mexe com alguem que passa. Intrometido.
-
Treze-de-maio - Pejorativo applicado aos pretos por serem libertos naquella data.
-
Tropicão - (cavallo) Que tropeça ou dá topadas sobre objectos resistentes.
-
Trocer - Torcer.
-
Tripeça - Assento tosco composto de duas tabuas inclinadas para dentro e duas peças lateraes.
-
Truco - Jogo de cartas em que tomam parte quatro parceiros:a maior carta, o "zape" é o "Quatro-páus"; jogado a dois recebe o nome de truco-de-mano.
-
Tú - Modo de tratar com grande desprezo. É um insulto, tanto que as crianças ao serem chamadas por "tú" respondem: "tú turú tutú, parente do teu.
-
Tucura - (Goyaz) - Gado selvagem que não toma sal.
-
Tuncun - Palmeira que produz uma fibra de grande resistencia.
-
Turuna - Invencivel.
-
Turtuviar - Atordoar-se. Vacillar. Titubear.
-
Tusta - Tostão - Cem réis.
-
Tuvira - Peixe. Enguia de tanques e ribeirões.