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Web Rádio "SAUDADE SERTANEJA, transmitindo de Bauru/SP, Sob Direção Geral de Tião Camargo

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Flauzino e Florêncio

Flauzinho e Florêncio

Em 1939, lançaram pela Columbia as modas de viola "Futibor no arraiá", de autoria da dupla e "Ritinha", da dupla em parceria com o Capitão Barduíno, a valsa "Saudades de Rio Preto", da dupla, e a canção toada "Coqueiro véio" também de autoria da dupla. Em 1940, gravaram de autoria da dupla a mazurca "Minha história". No mesmo ano, gravaram, de Ari Machado, a moda de viola "Moda do Estádio Pacaembu", alusiva ao estádio de futebol do Pacaembu em São Paulo, inaugurado naquele ano. Em 1942, gravaram, de José Marcílio e Ari Machado, a valsa "Marília", e de Ari Machado, a toada "Boiadeiro". A dupla provavelmente dissolveu-se nesse mesmo ano. Em 1943, Florêncio formou dupla com Raul Torres e Flausino formou nova dupla, com Hortênsio, com quem gravou no mesmo ano a mazurca "Noites de São João" e a valsa "Saudades de Igaratá", as duas de Petronila Souza, a moda de viola "Sertanejo patriota", de autoria da dupla e Petronila Souza, e a canção "Lua", de Domício Francisco da Silva, e ao que parece, encerrou suas atividades logo em seguida.

Florêncio, violeiro, cantador e compositor, nasceu numa família de músicos e cantadores. Iniciou como calouro na Rádio Record, onde interpretou "Casinha Pequenina", tendo sido aprovado. Suas apresentações ficaram marcadas pela utilização de uma viola vermelha. Começou a estudar para ser farmacêutico, mas acabou desistindo e seguiu a carreira artística.

João Batista Pinto, o Florêncio, nasceu em Barretos em 1910 e morreu na mesma cidade em 1970. Antes de morrer, deu sua famosa Viola Vermelha de presente ao Tião Carreiro que, em sua homenagem, gravou em 1984 com o Pardinho a moda de viola “Viola Vermelha”, de Tião Carreiro e Jesus Belmiro.

Do Flauzino, infelizmente, não temos nenhum dado.

  1. Saudade de Rio Preto (Flauzino e Florêncio) (1939)
  2. Futebor no Arraiá (Flauzino e Florêncio) (1939)
  3. Obrigação de Sumana (Flauzino e Florêncio) (1939)
  4. Devoção das Muié (Flauzino, Florêncio e Capitão Barduíno) (1939)
  5. Moda da Laranja (Flauzino, Florêncio e Ari Machado) (1940)
  6. Moda do Estádio do Pacaembu (Ari Machado) (1940)
  7. Imposto do Sortero (Flauzino e Florêncio) (1939)
  8. São Paulo X Pará (Flauzino e Florêncio) (1939)
  9. Ritinha (Flauzino, Florêncio e Capitão Barduíno) (1939)
  10. Coqueiro Véio (Flauzino e Florêncio) (1939)
  11. Morena do Brasil (Ari Machado) (1940)
  12. Minha História (Flauzino e Florêncio) (1940)

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segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Campanha e Cuiabano

Antônio Campanha (Campanha) nasceu em Monte Alto-SP no dia 05/12/1925; Olívio Campanha (Cuiabano) nasceu também em Monte Alto-SP no dia 05/03/1928 e faleceu em São José do Rio Preto-SP no dia 16/06/1981.

campanha e cuiabano

Antônio iniciou sua carreira musical ainda criança, com apenas 12 anos de idade, quando formou dupla com seu irmão mais velho Augusto Campanha, que era considerado excelente Cantor e Violeiro, na época. Integrou com alguma regularidade a dupla "Campanha e Angelim" e, quando já contava com seus 20 anos, Antônio venceu um concurso de Cantadores na região e integrou também a dupla "Campanha e Paulista".

Junto com seu irmão Olívio, Antônio chegou tocar em alguns circos, dentre eles, "Nosso Circo" em São José do Rio Preto-SP. A dupla com Olívio foi formada nessa época, no ano de 1948, ocasião na qual começaram cantando na Rádio PRB-8 de São José do Rio Preto-SP.

A nova dupla costumava se apresentar com o nome de "Irmãos Campanha" e também como "Campanha e Seu Irmão". No ano de 1952, Antônio e Olívio seguiram para a Capital Paulista onde fizeram um teste na Rádio Nacional, com o diretor Costa Lima. Foram aprovados e se apresentaram durante vários anos nessa famosa emissora paulistana.

Antes disso, os dois irmãos estiveram pertinho de fechar o contrato com a extinta Rádio Tupi, mas acabaram, de última hora, perdendo a vaga para a dupla " Palmeira e Luizinho".

Foi por sujestão dos compositores Arlindo Pinto e Anacleto Rosas Jr. que Antônio e Olívio acabaram adotando para a dupla o nome artístico de "Campanha e Cuiabano", apesar de Olívio não ter nascido em Cuiabá-MT.

O primeiro disco 78 RPM de Campanha e Cuiabano foi gravado no ano de 1953, com o cururu "Barra Bonita" (Arlindo Pinto - Priminho) e a moda campeira "Pião Vira-Mundo" (Campanha - Benedito Seviero).

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No ano seguinte, 1954, Campanha e Cuiabano conheceram o acordeonista Célio Cassiano Chagas, o Celinho, de Conceição das Alagoas-MG, que se juntou à dupla e os acompanhou durante alguns anos, porém, somente em apresentações ao vivo, já que o trio "Campanha, Cuiabano e Celinho" não chegou a gravar nenhum disco. clip_image002[6]A formação do trio aconteceu por sugestão do radialista Nhô Zé que era diretor da programação sertaneja da Rádio Nacional de São Paulo-SP. A partir de 1960, Celinho (foto à cima) passou a acompanhar a dupla Pedro Bento e Zé da Estrada, com quem se apresenta até os dias atuais.

Campanha e Cuiabano também foram acompanhados em algumas gravações pelo acordeonista Pirigoso.

Foi no ano de 1957, que Campanha e Cuiabano gravaram pela primeira vez a Moda Ligeira "Meu Passarinho" (Campanha - Zé Rosa); sem dúvida, o maior sucesso da dupla. E, no outro lado do mesmo 78 RPM da Copacabana (5.808), a Moda Campeira "Peão De Viagem" (Priminho - Maninho).

Também merecem destaque outras belíssimas interpretações de Campanha e Cuiabano tais como "Genuína Cana Verde" (Celinho - Lázaro Franco de Godoy), "Novo Castelo" (Campanha - Pirigoso), "Um Berrante na Solidão" (Ramon Cariz - George AB), "Desprezo de Amor" (Souza - Campanha), "Rolinha Cabocla" (João Pacífico - Raul Torres), "Morrendo de Saudade" (Jane Rossi da Rocha - Cuiabano), "Lá Na Fazenda" (Francisco Lacerda - Ricarda Jardim) e "Rei da Estrada" (Quintino Eliseu - Luiz Alves Pereira), apenas para citar algumas.

"Genuína Cana Verde" (Celinho - Lázaro Franco de Godoy) contou com a participação das Primas Miranda, a convite de Campanha e Cuiabano, no Lado A do Disco 78 RPM Odeon N° 14.447, gravado em 19/03/1959 e lançado em Abril de 1959.

E "Um Berrante na Solidão" (Ramon Cariz - George AB) contou com a participação especial da belíssima voz de João Pacífico fazendo uma declamação, no Disco 78 RPM lançado em 1961 pela RCA Camden (CAM-1.088).

Apesar de terem gravado na Sinter, Copacabana, RCA, Odeon e Chantecler, a discografia de Campanha e Cuiabano encontra-se quase que totalmente esquecida e praticamente inexistente no comércio, excessão apenas ao CD da série "Luar do Sertão" que a BMG (antiga RCA) remasterizou no ano 2000, com belíssimas interpretações bastante representativas da dupla, gravadas entre 1961 e 1963. O encarte do CD também é enriquecido com o comentário de Ayrton Mugnaini Jr. Fora esse CD, encontramos gravações de Campanha e Cuiabano apenas em alguns CD's de coletâneas da BMG e da EMI (com acervo das antigas Odeon e Copacabana).

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Cuiabano, pouco antes do seu falecimento em 1981, chegou a transferir seu nome artístico ao seu outro irmão João Jaime Campanha (nascido em Palestina-SP em 1943 e falecido em São José do Rio Preto-SP em 1999).
Campanha ainda chegou a formar uma dupla com o acordeonista Pirigoso com quem gravou o LP "Mourão da Porteira" pela K-Tel em 1981. E em 1983 Campanha chegou a gravar em "carreira-solo" o LP "Baile das Cordas" pelo selo Laço.
Consta também que Antônio Campanha trabalhou como empreiteiro em compra e venda de imóveis, além de ter apresentado o seu programa de rádio na Emissora Independência de Mirassol-SP.
Apesar da idade avançada, Antônio Campanha jamais descartou a possibilidade de voltar a cantar, tendo inclusive recebido diversos convites!
E foi no dia 18/03/2009, num encontro descontraído na residência do Compositor Valdemar Reis em São José do Rio Preto-SP, que eu tive a felicidade de conhecer pessoalmente Antônio Campanha!

clip_image001[6]Com 83 anos de idade, irradiando uma simpatia fora do comum, Antônio Campanha continua ponteando a Viola Caipira e forma atualmente com seu sobrinho João Campanha a Dupla que continua com o nome "Campanha e Cuiabano"!

João Campanha é também Fundador e Regente da Orquestra de Violeiros de São José do Rio Preto-SP. E Antônio Campanha, com o codinome de "O Mestre da Música Sertaneja", apresenta também o programa "No Terreiro Da Fazenda", na Rádio Comunitária Evidência - FM-103,5 MHz - de São José do Rio Preto-SP, de Segunda a Sexta-Feira das 15:00 às 17:00.

Na foto abaixo, da esquerda prá direita, Valdemar Reis, João Campanha, Zé do Cedro, Antônio Campanha, Ricardinho e Tião do Pinho, num momento descontraído na residência de Valdemar Reis, em São José do Rio Preto-SP, no dia 18/03/2009 (foto de autoria da Esposa do Ricardinho (a Netinha)).

clip_image001[8]Fonte: www.boamusicaricardinho.com.br

Campnha e Cuiabano – 78 rpm

Infelizmente, não temos a música “Barra Bonita” do primeiro disco de Campanha e Cuiabano, gravada juntamente com “Pião Vira-Mundo”, esta última também foi a primeira composição de Benedito Seviero a ser gravada.

  1. Ai Morena (Nhô Zé e Rubens Ferreira Marques) (1960)
  2. Amor de Mariposa (Souza e Campanha) (1962)
  3. Arrependimento (Modesto Rezende e Campanha) (1959)
  4. Briga na Festança (Arlindo Pinto e Zezé Campos) (1956)
  5. Cante Comigo (Jeca Mineiro e Campanha) (1962)
  6. Despedindo-te (Carijó e Campanha) (1963)
  7. Dois Barqueiros (Turino e Arlindo Pinto) (1956)
  8. Duas Amigas (Sebastião Teixeira e Campanha) (1962)
  9. Espelho da Vida (Paiozinho e Benedito Seviero) (1960)
  10. Eu te Agradeço (Baltazar da Silva e Campanha) (1962)
  11. Fingida (Priminho e Rancheirinho) (1962)
  12. Genuína Cana-Verde (Lázaro Franco de Godoy e Celinho) (1959)
  13. Lá no Rio Grande (José da Cunha,Luizinho e Mariano) (1960)
  14. Meu Passarinho (Zé Rosa e Campanha) (1957)
  15. Não Sou Culpado (Jeca Mineiro e Campanha) (1960)
  16. Nem que Tussa (Lázaro Franco de Godoy e Celinho) (1959)
  17. Nome Manchado (Ramon Cariz e Jorge AB) (1961)
  18. O Milagre da Fé (Nonô Basílio) (1962)
  19. O Preço do Pecado (Campanha e Jeca Mineiro) (1961)
  20. Peão Vira Mundo (Benedito Seviero e Campanha) (1953)
  21. Pião de Viagem (Priminho e Maninho) (1957)
  22. Rosa Morena (Benedito Seviero e Celinho) (1959)
  23. Santa Maria Goretti (Aparecido Costa e Nhô Zé) (1962)
  24. Senhora Aparecida (Celinho e Roberto Oliveira) (1962)
  25. Triste Amargurado (Campanha e Quintino Elizeu) (1962)

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sábado, 26 de dezembro de 2009

Morre Muibo Cézar Cury

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Morreu neste sábado, aos 80 anos de idade, em São Paulo, o radialista e locutor da Rádio Bandeirantes Muíbo César Cury. Ele esteve internado recentemente no hospital São Luis, com problemas cardíacos. Muíbo César Cury, figura marcante do rádio, principalmente nas décadas de 50 e 60, trabalhava no Grupo Bandeirantes de Comunicação desde 1952.

Nascido em Duartina, São Paulo, em 15 de janeiro de 1929, Cury fez sua estréia no rádio Clube de Marília aos 20 anos. Apresentou um programa diário nas madrugadas da rádio Cultura sobre música caipira. Desde 1952, trabalhava no Grupo Bandeirantes. Na rádio, apresentou programas como Arquivo Musical e Jornal em Três Tempos, junto com Chiara Luzzati e Paulo Galvão.

Nos anos 60, Muíbo foi o Barroso da dupla Barreto e Barroso, e compôs com Teddy Vieira a música "João de Barro", que já foi regravada mais de 60 vezes. A primeira gravação de “João de Barros” foi feita em 1956 pela dupla Mineiro e Manduzinho.

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Além disso, participou como ator da minissérie Memórias de um Gigolô, na Rede Globo e em outras telenovelas na extinta TV Tupi.

O corpo de Muibo está sendo velado no Cemitério da Lapa onde será sepultado às 11h deste domingo.

Ainda neste sábado, a partir das 22h, será apresentado pela Bandeirantes uma edição especial do programa Memória. Haverá uma reapresentação às 05h de domingo. Logo após, as 07h, será levado ao ar o último Arquivo Musical apresentado por Muibo Cesar Cury, veiculado originalmente no dia 13 de dezembro.

A biografia completa de Muibo Cézar Cury você encontra no site do meu Amigo Ricardinho. http://www.boamusicaricardinho.com/comppoet_23.html

Também no site abaixo, enviado pelo amigo Ramiro Viola da dupla com Pardini, de Botucatu, quem nos deu, em primeira mão, a notícia do falecimento do Muibo (14) 3815-4088. ramiroviola@uol.com.br.

Um abraço Ramiro!

http://radiobandeirantes.com.br

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Zé Tapera e Chiquinho – Tinoco e Chiquinho

fotochiquinho

José Sonigo, Zé Tapera, nasceu em Barretos em 1933 e, até recentemente, residia em Londrina/PR. Formou sua primeira dupla ao lado de seu irmão Anselmo Sonigo, o Paiozinho,  em 1948. Depois de se separar do irmão, em 1957, formou dupla com Francisco Perez, o Chiquinho, irmão caçula de Tonico e Tinoco, do qual sabemos apenas que nasceu na cidade de Botucatu e já é falecido.

O Zé Tapera formou também a grande e saudosa dupla Zé Tapera e Teodoro, o mesmo Teodoro que hoje faz parte da dupla com o Sampaio, de 1968 a 1980. Formou, ainda, duplas com Casanova e com Tonico.

ZÉ TAPERA E CHIQUINHO

  1. A Vingança do Soldado (Chiquinho e Capitão Barduíno) (1957)
  2. A Viola e o Cantador (Zé Paioça, Zé Tapera e Zé Rosa) (1958)
  3. Artista de Circo (José Fortuna e Zé Tapera) (1957)
  4. Coração Sem Dono (Zé Paioça) (1957)
  5. Dois Amigos (Zé Tapera e Jaime Ramos) (1957)
  6. Ela Voltará (Sebastião Teixeira e Paiozinho) (1958)
  7. Falsidade (Tonico, Zé Tapera e Chiquinho) (1957)
  8. Gaúcho Velho (Herivelto Martins e Pedro de Almeida) (1958)
  9. Paraguaia (Pedro Bento e Sertãozinho) (1958)
  10. Passagem da Vida ''Véio Pai'' (Zé Tapera e Chiquinho) (1957)
  11. Pranto Amargo ''O Meu Olho Chorou'' (Zé Paioça) (1958)
  12. Santo Glorioso (Anacleto Rosas Jr.) (1958)

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fftt30Foto histórica onde aparecem Zé Tapera, Tinoco, Toninho da Sanfona, Tonico, Chiquinho e ao fundo Vieira e Vieirinha nos Stúdios da Rádio Nacional.

As músicas abaixo, aparecem em LPs de Tonico e Tinoco, mas foram gravadas por Tinoco e Chiquinho, principalmente na época em que o Tonico encontrava-se em tratamento de saúde na cidade de Campos do Jordão.

O Chiquinho, além de possuidor de uma belíssima segunda voz e tocar viola, violão e cavaquinho muito bem, foi também um grande humorista e se apresentava em circos nos shows de Tonico e Tinoco. Foi ainda empresário dos irmãos por alguns anos.

Curiosamente, nas biografias de Tonico e Tinoco que conheço, o Chiquinho não é lembrado, pelo menos da maneira como deveria, inclusive no Museu dos Irmãos.

TINOCO E CHIQUINHO

  1. A Viola e o Cantador (Zé Paioça, Zé Tapera e Zé Rosa) (1963)
  2. Adeus Bela (Tonico e Tinoco) (1960)
  3. Desafio (Tinoco e Chiquinho) (1965)
  4. Ferreirinha (Carreirinho) (1962)
  5. Gaúcho Velho (Herivelto Martins e Pedro de Almeida) (1959)
  6. Paranaense (Tonico) (1962)
  7. Saudade (Tuta e Chiquinho) (1963)
  8. Velho Carreiro (Tinoco e Zé Paioça) (1963)

Além da gravação com Tinoco e Chiquinho, também foram gravadas por Tonico e Tinoco:

  • Adeus Bela em 1955 e 1964.
  • Gaúcho Velho em 1969.
  • Paranaense em 1968.
  • Saudade em 1969.
  • Velho Carreiro em 1961.

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quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Natal Sertanejo

MISSA DO GALO – Tião Camargo
 
Mais um ano se passou
Novamente chegou
Mês de dezembro, afinal
As famílias se reúnem
É tradição e costume
Comemorar o Natal
Mesa toda enfeitada
Bebida cara importada
Coisa fora do normal
Dia e noite a festa emenda
Mas quase ninguém se lembra
Do motivo principal

 

Na noite que antecede
Todo mundo come e bebe
Quando chega a zero hora
Os amigos e parentes
Fazem trocas de presentes
Tem até gente que chora
Me lembro de antigamente
Tudo era diferente
Dos costumes de agora
A grande festa formosa
Era mesmo religiosa
Naquele sertão de outrora

 

Pra ver e Missa do Galo
Vinha gente à cavalo
De carro de boi até
De toda e região
Prá cumprir com a devoção
Muita gente vinha à pé
A capelinha lotava
Muita gente até chorava
Numa profissão de fé
Depois da Missa os violeiros
Reunidos no terreiro
Louvavam Jesus de Nazaré

 

A grande demagogia
Que se nota hoje em dia
Mesmo até na religião
Enganadores do povo
Tem sempre um golpe novo
Atacam sem compaixão
Sem rancor e sem receio
O homem destrói o meio
Onde vive seus irmãos
Por todo mundo é sabido
Que o homem será banido
Por si próprio deste chão.
  1. Canção de Natal (Creone e Dedes Gaioso) Creone e Barrerito (1975)
  2. Dia de Natal (Sulino e Corrente) Sulino e Marrueiro (1966)
  3. Esperando o Natal (Marciano e Darci Rossi) Pedro e Paulo (1986)
  4. Feliz Natal (Praense e Francisco do Carmo) Zé Tapera e Teodoro (1977)
  5. Jingle Bells (Vs. de Evaldo Rui, DP) Mensageiro e Mexicano
  6. Marchinha de Natal (Zé Canoeiro e Lagoinha) Trio Canoeiro
  7. Meu Natal Sem Mamãe (Goiá e Sebastião Aurélio) Lourenço e Lourival (1979)
  8. Meu Natal Sem Papaizinho (Gino e Geno) Trio Parada Dura (1977)
  9. Missa do Galo (Tião Camargo e Zé Goiano) Rei do Valle e Zé Goiano (2007)
  10. Nascimento de Jesus (Sebastião Vitor e Nhô Tide) Tião Carreiro e Pardinho (1968)
  11. Natal (Nicanor, Silveira e Silveirinha) Silveira e Silveirinha (1980)
  12. Natal das Crianças (Blecaute) Mensageiro e Mexicano
  13. Natal de Um Órfão (Alvimar de Oliveira e Creone) Trio Parada Dura (1974)
  14. Natal do Homem Pobre (Timbaúva) Lourenço e Lourival (1977)
  15. Natal dos Caboclos (Paraguassu e Capitão Furtado) Lourenço e Lourival
  16. Natal Em Goiás (Goiá e Chicão Pereira) Valderi e Mizael (1981)
  17. Natal no Limoeiro (Zé Pagão e Manoel Figueiredo) Zé Pagão e Fostino (1958)
  18. Natal No Sertão (Reinaldo Santos e Vicvente Lia) Nenete e Dorinho (1967)
  19. Natal no Sertão (Tonico e José Caetano Erba) Tonico e Tinoco (1973)
  20. Natal, Natal (Barrinha) Silveira e Barrinha
  21. Natal, Natal (Moreno e Moreninho) Moreno e Moreninho (1979)
  22. Noite de Natal (Praense e Leôncio) Leôncio e Leonel (1969)
  23. Noite Feliz (Frans Gruber) Tião Carreiro e Pardinho
  24. O Milagre do Natal (Jota Mineiro) Craveiro e Cravinho (1980)
  25. Papai Noel (Teixeirinha) Teixeirinha (1968)
  26. Pinheirinho de Natal (Pinguinha) Liu e Léu (1974)
  27. Presente de Natal (Corrente e Garcia) Garcia e Zé Matão (1977)
  28. Presente de Natal (Nhô Cido e Abel) Abel e Caim (1970)
  29. Sermão para uma Noite de Natal (Dino Franco) Biá e Dino Franco
  30. Terra Natal (J. Garcia e Geraldo Rocha) Maracá e Dorinho (1972)
  31. Triste Natal (Nhô Mário, Tonico e Itamy) Tonico e Tinoco (1963)
  32. Último Natal (Moreno-Gastão Renê) Moreno e Paraguai (1978)
  33. Vinte e Cinco de Dezembro (Joaquim Moreira e Liu) Liu e Léu (1983)
  34. Vinte e Cinco de Dezembro (Mário Zan e Palmeira) Lourenço e Lourival
  35. Visita ao Presépio (Alceu M. Araújo) Lourenço e Lourival

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Zé Mariano, Marquinho e Mário do Cavaco

Achei no Youtube, não conheço o Trio, mas são ótimos, por isso resolvi postar aqui no Saudade Sertaneja. Por favor, mande informações desse pessoal prá gente.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Primas Miranda

Sérgia Aparecida Miranda Pontes Câmara, nasceu em 08 de abril de 1940, e Maria do Carmo S'Antana Cippolli, nasceu em 20 de junho de 1940, ambas na cidade de Catanduva, interior do estado de São Paulo. Filhas e netas de violeiro. São primas porque o pai de Sérgia é irmão da mãe de Maria do Carmo.

O senhor Zico Miranda (pai de Sérgia) desde pequenininho cantava com seu pai José Miranda. Infelizmente não tiveram a oportunidade de gravarem um disco.

Sérgia e Maria do Carmo começaram a carreira aos dez anos de idade, cantando em quermesses, comícios e depois começaram a cantar na Rádio Difusora de Catanduva, quando o produtor e animador Lecy Pinotti as ouviu cantar e, entusiasmado, as convidou para participar do Programa "PARADA INFANTIL". Pouco tempo se passou para que surgisse a oportunidade desejada. Foram convidadas a atuar no Programa "AMANHECER NO SERTÃO", onde permaneceram por dois anos.

Foram ficando mocinhas e ganharam um programa exclusivo nesta mesma emissora, o "PRIMAS MIRANDA CANTAM PARA VOCÊ", onde permaneceram também por dois anos.

Nesta época se apresentavam muito em circos em Catanduva, e também na região, principalmente no Circo do Nhô Pai, que as adoravam.

Receberam convite do Comendador Biguá para se apresentarem na Rádio Bandeirantes de São Paulo, nos tradicionais programas da época "SERRA DA MANTIQUEIRA" e 'BRASIL CABOCLO". Também participaram do Programa "FESTA NA ROÇA", da Rádio Tupi de São Paulo, apresentado por Lulu Benencase.

Aos dezesseis anos, foram convidadas pelo Luizinho, do trio Luizinho, Limeira e Zézinha, que na época era diretor da Gravadora Odeon, a gravarem seu primeiro disco 78 rpm, com as músicas "ALIANÇA CONTRARIADA" e 'GOTINHAS DE SAUDADE", alcançando um alto índice de vendagem.

Viajaram por todo o Brasil com o Comendador Biguá e Biguazinha. Depois passaram a viajar com o sanfoneiro Clóvis Pontes, e foram contratadas pela Rádio Tupi, em um horário noturno das 20:00 às 21:00 horas, patrocinadas pela Imobiliária Tangaraí.

Gravaram um total de 7 discos 78 rpm, sendo 5 pela Odeon, com o selo Orion, e 2 pela Chantecler, a convite de Teddy Vieira.

Em 1964 abandonaram a carreira. Sérgia se casou com o grande sanfoneiro Clóvis Pontes. Maria do Carmo também se casou, e se mantiveram afastadas da carreira durante muitos anos. Só retornaram há pouco tempo, quando gravaram um CD com algumas músicas delas e outras regravações de grandes sucessos de outros grandes intérpretes.

Texto: Sandra Cristina Peripato

Fonte: Sérgia Aparecida Miranda Pontes Câmara

[Primas+Miranda.jpg]

PRIMAS MIRANDA - RECORDANDO O 78 RPM

  1. Aliança Contrariada - (Lourival dos Santos e Nízio) 1959
  2. Gotinhas de Saudade - (Bolinha e Sueli) 1959
  3. Sou Demais em Teu Caminho - (Lourival dos Santos e Nízio) 1960
  4. Consciência - (Zé Coqueiro) 1960
  5. Que me Importa - (Valdir Machado) 1960
  6. Recordação - (Luizinho e Alfredo Borba) 1960
  7. Perto de Ti - (Florentina Gimenez - Molar - Hilton Behring) 1961
  8. Doce Veneno - (Capitão Furtado e Zé do Rancho) 1961
  9. Batuca, Meu Bem - (Serrinha) 1961
  10. Colibri - (Nonô Basílio e Zé do Rancho) 1961
  11. Faz um Ano - (Waldick Soriano e Teddy Vieira) 1962
  12. Coisas do Destino - (Goiá e Clóvis Pontes) 1962
  13. O Adeus do Meu Bem - (Goiá e Tomaz) 1963
  14. Luar de Aquidauana - (Zacarias Mourão e Anacleto Rosas Jr) 1963
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CRÉDITOS: SANDRA CRISTINA PERIPATO

[Primas+Miranda+-+Sertanejo+Acúsitco.jpg]

PRIMAS MIRANDA - SERTANEJO ACÚSTICO

  1. Um Beijo e um Adeus - Zé Henrique
  2. Chora Peito - Chrystian
  3. Chalana - Mário Zan e Arlindo Pinto
  4. O Ipê e o Prisioneiro - José Fortuna e Paraíso
  5. Canto Paraguaio - Luiz Amorim e Evaldo Gouveia
  6. Mestiço - Zé do Rancho e Rielinho
  7. Serra Molhada - Valdemar Reis e Dino Franco
  8. Dez Anos - Rafael Hernandes e Lorival Faissal
  9. Ave Maria do Sertão - Elpídio dos Santos e Pádoa Muniz
  10. Aventureira - Rielinho
  11. Aliança Contrariada - Nízio e Lourival dos Santos
  12. Duas Cartas - Carreirinho
  13. O Sertanejo - Pepi Ávila e Alan Pati
  14. Despertar do Sertão - Pádoa Muniz e Elpídio dos Santos
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CRÉDITOS: SANDRA CRISTINA PERIPATO

www.recantocaipira.com.br

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Saudade Sertaneja – Volume 07

  1. Ela Voltará (Sebastião Teixeira e Paiozinho) - Zé Tapera e Chiquinho (1958)
  2. Facão de Penacho (Piraci e Lourival dos Santos) - Tonico e Tinoco (1955)
  3. Gostei da Morena (Raul Torres) - Raul Torres e Florêncio (1944)
  4. Guaraçaí (Dunuois R. de Carvalho) - Cascatinha e Inhana (1954)
  5. Ilusão da Vida (B. Amorim e Teddy Vieira) - Zé Mariano e Tibagi (1956)
  6. Jacarandá Baiano (Mirante e José Bartolandi) - Trio Seresteiro (1957)
  7. Laço de Amor (José Fortuna e Sulino) - Sulino e Marrueiro (1956)
  8. Moda do Carroceiro (Palmeira) - Palmeira e Biá (78 rpm, de 1953)
  9. Moda do Pescador (Anacleto Rosas Jr. e Serrinha) - Serrinha e Caboclinho (1953)
  10. O Beijo Era Meu (Antonio Bruno e Irmãs Castro) - Irmãs Castro (1949)
  11. Pagode (Tião Carreiro e Carreirinho) - Tião Carreiro e Carreirinho (1959)
  12. Quadra de Ás (Laranjinha e Zequinha) - Laranjinha e Zequinha (1949)
  13. Ranchinho Véio (Nhô Fio) - Nhô Pai e Nhô Fio (1937)
  14. Sabiá Graúna (Luizinho e Zezinha) - Palmeira e Luizinho (1953)
  15. Tempo de Infância (Oswaldo Rilei ''Rielinho'') - Mariano, Cobrinha e Mário Zan (1948)
  16. Última Carta (Teddy Vieira e Palmeira) - Pássaro Preto e Zé Rancheiro (1957)
  17. Vaca Mestiça (Anacleto Rosas Jr. e Patativa) - Souza e Monteiro (1953)
  18. Zeca Frausino (Nhô Zé, Brinquinho e Brioso) - Brinquinho e Brioso (1948)

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Festival de Pratânia e o Museu Tonico e Tinoco e Pedro Bento e Zé da Estrada.

museu[2]Pessoal, quando divulguei aqui no blog o Festival Sertanejo de Pratânia, aproveitei e falei sobre o "Museu “Tonico e Tinoco” e “Pedro bento e Zé da Estrada”, e disse que lamentava o fato do mesmo não abrir aos domingos; informação que obtive neste endereço abaixo:

http://www.widesoft.com.br/users/pcastro2/museu.htm

Mas, ao chegar à Pratânia que, diga-se de passagem, é uma bela cidade, muito limpa, muito bem cuidada, a primeira coisa que fiz foi ir até ao Museu e para minha surpresa e alegria estava aberto. Fiquei encantado, adorei tudo que vi. Fiz lá diversas fotos, mas, como já disse, ao passar para meu pc, perdi todas. Coisas daquela pecinha!

O Du Vannuchi, Diretor de Eventos da Prefeitura de Pratânia, Organizador do Festival, me enviou diversas fotos do evento, das quais, estou postando apenas algumas aqui no blog.

Essa semana, irei a Pratânia somente para fazer, novamente, as fotos que perdi. Caipira é teimoso…

2009-12-13 1420

Aqui, o a Mesa de Jurado. Infelizmente não sei os nomes de todos. Aliás, só sei mesmo o meu, de camisa vermelha e do Chico Almeida, de Pardinho, a minha esquerda.

2009-12-13 1440

A dupla vencedora do Festival “Will Robson e Fernando”, da Cidade de Areiópolis. O da viola é o Will Robson. Gravem bem esses nomes, são ótimos!

2009-12-13 1434 Segunda colocada, a dupla “Augusto César e Gustavo, de São Manuel. Os dois são ótimos, tanto da viola, como no violão.

2009-12-13 1443 Terceira colocada, a dupla de Cabrália Paulista, Irmãos Caipira. Também grandes feras; estão sempre entre os primeiros colocados de diversos festivais de todo o Estado.

2009-12-13 1476

Nesta foto temos a Secretária de Cultura de Pratânia, Sra Emídia, os Irmãos Capira e o Du Vannuchi, Diretor de Eventos.

2009-12-13 1479 Secretária Emídia, Gustavo, o Prefeito de Pratânia, Professor Marcos, Agusto César e Du Vannuchi.

2009-12-13 1455 2009-12-13 1457

Aqui, uma apresentação dos Cururueiros de Pratânia. E o Prefeito prometeu um Festival só de Cururu, no próximo ano.

No cano da Garrucha, cofre de capira

[Garrucha_Pistola+(1).jpg]

Ao findar o dia 18 de maio de mil novecentos e vinte e sete, a soturna noite foi refrescada por uma brisa leve e fria que  foi entendida como prenúncio de um inverno rigoroso pelos moradores das cabeceiras do rio Sucuri no município de Pongai .

O rigor da frente fria provocara chuva na região, as goteiras que caiam do telhado do velho casarão de madeira serviam de acalento para o casal de idosos, Isael e Cotinha, que, em sono profundo, se refaziam de mais um dia de trabalho.

Incentivado por imigrantes japoneses, seu Isael passou a arrendar parte de seu sitio para plantadores de algodão que, naquele ano, lhe rendera lucros, nunca antes conseguido com a lavoura de subsistência por ele praticado. A notícia correu pelas vizinhanças e sei Isael  passou a gozar status de um pequeno fazendeiro.

A ausência de meios de transporte próprio da época e o comodismo dos caboclos, os obrigavam  guardar suas economias em baixo do colchão.

Com a previsão de um fluxo maior de dinheiro o Sr. Isael começou a ensaiar para breve uma ida até Pirajuí para abrir uma conta corrente no Banco do Brasil, já que Pongaí não dispunha desse tipo de estabelecimento. Enquanto não ia à cidade para fazer o deposito Seu Isael procurava de varias formas  proteger  suas economia, pois sabia que os lucros obtido com a venda do algodão estava despertando a atenção de muitos vizinhos.

Sabendo que ratos e traças podiam lhe causar enorme prejuízo, não se sentia seguro guardando seu dinheiro na gaveta ou sob o colchão. Em sua matreirice de caipira, foi criativo e original ao escolher um lugar seguro para guardar seu dinheiro até que pudesse ir ao banco para depositá-lo. Foi enrolando maços de notas em forma de charuto e colocando-os no cano de um velho garruchão. Tampou o  cano com uma ponta de sabugo e dependurou atrás da porta do seu quarto. Foram quatro charutos de cédulas de grande valor daquela época, que se somava uma pequena fortuna..

Alguém já informado sobre a existência do dinheiro e que o casal de velhos moravam sozinhos, viu ai a possibilidade de um roubo fácil e rendoso e, mesmo embaixo de chuva, dirigiu-se para o velho casarão e, de posse de uma faca de lamina fina e comprida, a fez correr em uma fresta entre a rústica porta e o batente da mesma, girando uma taramela que escancarou uma grande e escura cozinha onde uma manta de toucinho e alguns gomos de lingüiça de porco defumavam sobre o embatumado fogão a lenha, de onde exalava seu cheiro por toda a cozinha que, somado ao cheiro forte que vinha da tabua de queijo curado, dava uma atmosfera toda própria àquela cozinha, através da qual o larápio teve acesso ao corredor que o levou até o quarto, pois sabia que ali encontraria o que buscava.

Mesmo tomando muito cuidado para não fazer barulho, o abrir de gavetas e remexer em papeis, parecia muito barulhento naquele ambiente silencioso. Após alguns minutos de procura o ladrão ouviu alguém se mexer na cama e emitir alguns sussurros. Como sabia que seu Isael era sonâmbulo, resolveu tirar proveito e arriscou uma pergunta: “onde está o dinheiro do algodão”? Mesmo dormindo, respondeu corretamente: “está no cano da garrucha”!

Pensando tratar-se de uma reação armada, o ladrão fugiu na escuridão da noite, deixando como denuncia as gavetas remexidas, levando como lembrança apenas o agradável cheiro de uma cozinha caipira.

Lázaro Carneiro

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Festival Sertanejo de Pratânia

Pessoal, aqui estão as três duplas vencedoras do Festival Sertanejo de Pratânea, dia 13/12/2009. Esses vídeos foram feitos por mim, com minha humilde câmera fotográfica, colocada sobre a mesa otosonde eu estava fazendo parte do Corpo de Jurados, bem afastada do palco com é percebido. Prece-se até os mosquitos pssaeando na frente da câmera.

Vejam só o nível dos vencedores.

Parabéns a Prefeitura de Pratânia por mais este Festival. Parabéns ao Prefeito Professor Marcos, ao Eduardo (Du), a Secretária de Cultuta Emídia e todos que colaboraram.

Bati diversas fotos de todo mundo, inclusive do Museu Tonico e Tinoco, mas na hora de copiar para o pc fiz caca e apaguei. Desculpem-me. Gostaria que o Eduardo me enviasse fotos do evento para eu colocar aqui.

Primeiro Lugar – Will Robson e Fernando de Areiópolis

Segundo Lugar – Augusto César e Gustavo de São Manuel

Terceiro Lugar – Irmãos Caipiras de Cabrália Paulista

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Antenógenes Silva

antenogenessilva

Antônio Honório da Silva, ou Antenógenes Silva, Compositor e Acordeonista, conhecido como “O Mago do Acordeon”. Nasceu em Uberaba MG, em 30/10/1906, onde fez os seus primeiros estudos. Aprendeu a tocar Acordeon e também estudou Teoria Musical. Faleceu no Rio de Janeiro no dia 09/03/2001.

Era filho de Olímipio Jacinto da Silva, serralheiro, ferrador de cavalos e acordeonista, e de Maria Brasilina de São José. Pelo lado materno, descendia do então empobrecido Barão da Ponte Alta. Freqüentou a escola por apenas dois anos, começando a trabalhar muito cedo. Já nessa época, tocava acordeão e compunha.

Em 1927, trabalhando como servente de pedreiro, mudou-se para Ribeirão Preto, no estado de São Paulo, e iniciou sua carreira artística. No ano seguinte, na capital paulista, começou a tocar na Rádio Educadora. Em 1929, gravou seus primeiros dois discos na Victor, interpretando o choro Gostei da Tua Caída, o maxixe Saudade de Uberaba, e as valsas Norma e Feliz de Quem Ama, todas de sua autoria. Gravou também na Orion e na Arte Fone. Em 1931, casou-se com Marcília Marinari, violinista e locutora com o nome artístico de Léa Silva, que, depois de atuar na Rádio Nacional, foi para os Estados Unidos trabalhar na CBS e na NBC.

Mudou-se para Rio de Janeiro em 1933, tornando-se desde então nacionalmente conhecido. Acompanhou grandes intérpretes nacionais e internacionais, entre eles, Lucienne Boyer e Marta Eggerth. Em 1934, fez uma turnê pela Argentina, e chegou a gravar com Carlos Gardel e Libertad Lamarque.

Foi o primeiro a tocar música lírica no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Nunca deixou de se aperfeiçoar, tendo aprendido harmonia, solfejo e orquestração com Guerra Peixe. Foi também professor de Luiz Gonzaga, quando este ainda era não era famoso.

Em 1949, tendo concluído o curso primário em São Paulo, fez o ginásio em Niterói, formando-se depois em química industrial.

Antenógenes sempre manteve uma atividade paralela à vida artística, como comerciante de queijos. Depois de se formar, fundou o Laboratório Creme Marcília no Rio de Janeiro, do qual foi diretor-presidente.

Em 1957, ganhou o primeiro lugar no concurso patrocinado pela fábrica de gaitas Honner, realizado em Trossingen, na Alemanha, tendo sido considerado um dos maiores acordeonistas do mundo. Nessa ocasião, recebeu convite para apresentações no Conservatório de Paris. Dois anos depois, fundou a Rádio Federal de Niterói, que ajudou, literalmente, a construir com as próprias mãos.

Conhecido como O Mago do Acordeão, tem uma extensa discografia. Durante muitos anos, manteve no Rio de Janeiro uma escola de acordeão, com cursos de teoria, solfejo e harmonia. Compôs valsas, tangos, xotes, mazurcas, sambas, rancheiras e outros ritmos. Gravou mais de 130 composições de sua autoria sozinho ou com diversos parceiros.

Antenógenes Silva faleceu em 09/03/2001 no Rio de Janeiro, aos 94 anos, vítima de insuficiência renal.

A POLÊMICA “SAUDADE DE MATÃO”

Saudades de Matão é uma valsa composta por Jorge Galati em 1904, quando maestro da banda ítalo-brasileira de Araraquara.

Até 1920, quando a música já era bastante popular, pouco se sabia sobre sua autoria, sendo mesmo considerada um tema popular. Então, através da revista paulista A Lua, Galati foi identificado como o compositor da valsa. Seu título original era Francana.

Por volta de 1905, a valsa começou a ser executada no Rio de Janeiro sem indicação de autoria. A mudança do título ocorreu aproximadamente em 1912, sem o conhecimento de Galati, e passou a se chamar Saudades de Matão. O responsável foi o músico Pedro Perches de Aguiar, então residente em Taquaritinga.

Em 1949, o mesmo Perches decidiu reivindicar a autoria da música para si, criando uma grande polêmica na mídia. O assunto mereceu rigorosa pesquisa de Almirante, cujo arquivo possuía uma variada documentação a favor de Jorge Galati, como, por exemplo, uma declaração de 1904, registrada em cartório, do então prefeio de Araraquara, afirmando ter ouvido Galati interpretar a valsa Francana muitas vezes.

Outro a reivindicar a autoria da música foi o acordeonista uberabano Antenógenes Silva. Em 1938, a música recebeu letra de Raul Torres, que a gravou ao lado de seu sobrinho Serrinha, obtendo grande sucesso. Outro intérprete notável desta valsa foi Carlos Galhardo, que a gravou duas vezes, em 1941 e 1958.

www.dicionariompb.com.br/

www.boamusicaricardinho.com

  1. As Três da Manhã (Antenógenes Silva) 1939
  2. Até o Mar Chorou (Antenógenes Silva) 1958
  3. Aurora (Zequinha de Abreu) 1951
  4. Branca (Duque de Abramonte e Zequinha de Abreu) 1952
  5. Dirce (O. Azevedo) 1956
  6. Linda Paraguaia (Antenógenes Silva) 1953
  7. Luar de Paris (Antenógenes Silva) 1958
  8. Matuto (Antenógenes Silva)
  9. Meu Coração (Antenógenes Silva) 1944
  10. Saudade ao Luar (Antenógenes Silva)
  11. Saudade de Ouro Preto (Antenógenes Silva) 1956
  12. Saudoso Luar (Antenógenes Silva) 1943
  13. Suely (Antenógenes Silva e Miguel Lima) 1943
  14. Telefone Cruel (A. Silva e Ernani Campos) 1943
  15. Última Seresta (Antenógenes Silva) 1938
  16. Valsa da Manhã (Antenógenes Silva)

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domingo, 13 de dezembro de 2009

De Moraes, o Compositor do Hino dos Mineiros

Pessoal, vejam que preciosidade nos enviou nosso amigo e colaborador Ademar Afonso!

Obrigado, Ademar!

De Moraes – José Duduca de Moraes

19/3/1912  Santa Maria de Itabira, MG

25/11/2002  Juiz de Fora, MG

De Moraes - Capa do CD

De Moraes - Relação das Músicas e autores

De Moraes - Ficha Técnica e Agradecimentos

De Moraes - Biografia1

De Moraes - Biografia2

De Moraes - Biografia3

De Moraes - Biografia4.

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sábado, 12 de dezembro de 2009

Festival Sertanejo em Pratânia

 museu Fachada do museu Tonico e Tinoco em Pratânia

Casa do Tinoco

Casa onde nasceu Tinoco, na Fazenda Guarantã, na época Município de Botucatu, hoje Município de Pratânia

casa2

Casa do Tinoco removida para o pátio da Câmara Municipal de Pratânia.

camaraCâmara Municipal de Pratânia, vendo-se à esquerda e ao fundo a casinha dos irmãos.

O museu está situado à rua Capitão João Batista, s/n, bem no centro da cidade. O Horário de visitas é de 2ª a 6ª-feira, das 7 às 11h e das 12,30 às 17,15h. O telefone para contato é (14) 6844-1230 e o e-mail é cmpratania@ligbr.com.br

É lamentável que não se tenha visita aos domingos

Pratânia

Veja como chegar a Pratânia

Acontece neste domingo, 13/12/2009, mais um festival sertanejo da Cidade de Pratânia, terra natal de João Salvador Perez, o Tonico, da dupla Tonico e Tinoco.

Hoje Pratânia é município, mas no ano em que nasceu o Tonico – 02/03/1917 - era Distrito de São Manuel. As terras da fazenda onde nasceu Tinoco que pertencia ao município de Botucatu, hoje também pertence a Pratânia, por isso o Tinoco é botucatuense.

As inscrições para o Festival podem ser feitas até as 11h30, de domingo, com o Eduardo – telefone (14) 9774-4153.

Estarei atuando como jurado em mais este Grande Festival da Música Sertaneja.

Tião Camargo

De Moraes

CARIMBO:  "INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DE MINAS GERAIS"
ANOTAÇÕES:  "(ITABIRA) /  STª. MARIA / R.PINTO"
"RETRATA O DISTRITO DE SANTA MARIA DE ITABIRA, CRIADO EM 16 MAR 1836. O MESMO É ELEVADO A CIDADE EM 31 DEZ 1943"
=> HÁ CÓPIA DESTA FOTO NO FUNDO SECRETARIA DA AGRICULTURA - NOTAÇÃO: SA-1-001(148
)

Coleção: NELSON COELHO DE SENNA
Autor: RAIMUNDO ALVES PINTO
Local: SANTA MARIA DE ITABIRA (MG)
Data: 1900 - 1910 - Data provável

De Moraes – José Duduca de Moraes

19/3/1912  Santa Maria de Itabira, MG
25/11/2002  Juiz de Fora, MG

Pessoal, como não tenho nenhuma foto do De Moraes, coloquei uma foto – antiga por sinal – da Terra Natal dele, Cidade Santa Maria de Itabira/MG. Assim prestamos nossa homenagem ao grande e saudoso “De Moraes” e todos de Santa Maria de Itabira e a todos os mineiros.

Alguém que tenha mais informações sobre De Moraes, por favor envie para nosso e-mail (slf.camargo@gmail.com), para que possamos postar aqui. Grato

  1. Entrevista com Demoraes em 15/01/1079
  2. Adeus Mãezinha (De Moraes e Antenógenes Silva) - De Moraes e Olguinha
  3. Adeus, Porteira Velha (Antenógenes Silva) - De Moraes, Ruth e Antenógenes Silva (1941)
  4. Dá Um Jeitinho (De Moraes e Antenógenes Silva) - De Moraes e Ruth
  5. Dança Mineira (De Moraes e Antenógenes Silva) - De Moraes e Ruth (1941)
  6. Esperando Meu Benzinho (De Moraes e Antenógenes Silva) - De Moraes e Olguinha (1950)
  7. Eu Tenho Paixão Por Você (Antenógenes Silva e Geraldo Costa) - De Moraes e Olguinha
  8. Formosa Morena (De Moraes e Antenógenes Silva) - De Moraes e Olguinha
  9. João Tropeiro (De Moraes e Antenógenes Silva) - De Moraes e Olguinha (1950)
  10. Linda Curitibana (De Moraes e Antenógenes Silva) - De Moraes e Ruth
  11. Não Posso Esquecer (De Moraes e Antenógenes Silva) - De Moraes, Ruth e Antenógenes Silva (1948)
  12. Porque Choras (De Moraes e Antenógenes Silva) - De Moraes e Olguinha
  13. Triste Fiquei (De Moraes e Antenógenes Silva) - De Moraes e Olguinha (1943)
  14. Vai Saudade (De Moraes e Antenógenes Silva) - De Moraes e Doquinha

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quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Coisas de Museu – Lázaro Carneiro

É comum os sociólogos e outros estudiosos do comportamento humano questionarem a razão de tanto saudosismo nas musicas caipiras e, por vezes, fazerem chacotas sobre esse tema recorrente nas poesias cantadas por nossas duplas.

Por se tratar de sentimento humano é, portanto, uma coisa muito íntima que varia de pessoa para pessoa e não cabe a mim discorrer sobre o assunto; até porque não tenho  formação acadêmica na área para analisar tal fenômeno, mas escrevo, a seguir, uma justificativa para esse comportamento dos autênticos caipiras.

Quero, nesse artigo, falar de mim em um misto de depoimento e desabafo e, como bom caipira, falarei de saudades. Não abordarei aqui questões políticas, como o êxodo rural, a não reforma agrária ou qualquer outro tema mais complexo. É impossível uma pessoa como eu que gosta de lançar um olhar diferenciado sobre a sociedade em que está inserido e, a partir desse olhar critico, não  escrever com sentimento as coisas nela percebidas.

Recentemente estive em Lençóis Paulista em visita ao museu daquela cidade, pois fui avisado por um sobrinho que o velho carro de boi dos meus tempos de moço havia sido doado ao museu e estava integrado ao seu acervo.

Então pergunto ao leitor, como não falar de saudade diante disso? Ao longo de minha vida experimentei alguns progressos que me possibilitam hoje manipular um computador com a mesma tranqüilidade que comandava uma junta de bois que tracionava campo afora aquele carro lotado de cascas de barba timão que era levado por caminhões até os curtumes de couro, numa época em que a química industrial ainda não era largamente utilizada em nosso pais. Aqui me falta espaço para descrever a emoção que senti diante do inusitado, já se passaram quase meio século e lá estava eu e o carro frente a frente.

Com a imprecisão do meu olhar já cansado, auxiliado pelo tato de minhas mãos trêmulas pela emoção, fui tateando cada peça que o compunha, desde a chaveta  que o prendia à canga, toda a extensão  do cabeçalho, a cheda, os rodeiros ferrados intactos, os dois fueiros que ainda restam, que apesar da fragilidade permaneceram solidários ao conjunto, segurei firme em uma de suas rodas e agachei-me lentamente para observar seu eixo de cabriúva sextavado que parecia envernizado, preso aos enigmáticos cocões e chumaços que ainda pareciam zunir em meus ouvidos. Para me livrar dessa carga emocional fiz uma poesia e, lógico, o tema é saudades.

Olá velho carro de boi
Por onde tinhas andado
Seria ai pelo cerrado
Pois nunca mais eu te vi
Desde que nos apartamos
Isso já faz muitos anos
E eu ainda não te esqueci
Lá nos campos da coruja
já dobrando p’ro rio claro
Era aventura e trabalho
Naquelas terras sem fim
Ainda te vejo carregado
E os dois boizão ajoujado
O alembrado e o alecrim
Desde uma arvore encopada
Até um fiozinho de capim
Olhando em volta de mim
Só beleza se enxergava,
O silencio era tão bonito
Às vezes eu dava um grito
Minha voz ia e voltava.
Quando me falaram
Que aqui neste museu
Tnha um carro de boi guardado
Fiquei logo apavorado
Prá ver essa peça distinta
E vejo que é o mesmo carro
Com o qual eu amassava barro
Nos campos da vargem limpa
Se lembra meu velho carro
Como os bois me obedeciam,
E seus cocões quando rangiam
Com meus gritos duetavam
Nós dois dobrava o espigão
Prá buscar barba timão
E sobre a carga eu sentava
Naqueles tempos de menino
Eu ainda era risonho,
Cabeça cheia de sonhos
Ansioso por meu destino
Um dia sem ser preciso
Te abandonei sem motivo
Prá tentar ser um granfino.
Claro que você se lembra
Você ta forte e bem guardado
Aqui no museu preservado
Testemunha dessa historia
Eu estou aposentado
Escrevo sobre o passado
Ainda vivo na memória

Lazaro Crneiro